Michael Bay tem um
lugar estranho no cinema, pese embora seja um dos realizadores que
mais dinheiro amealhou nos seus filmes, e uma das pessoas mais mal
amadas pela critica e pela população em geral o que parece um
contra-senso. Este ano este discutivel realizador alterou a
estrategia lançando um filme de guerra, longe dos seus usuais
blockbusters e em Janeiro, um mês pouco obvio para filmes
comerciais. Os resultados criticos foram modestos algo que já não
surpreende Michael Bay, comercialmente para um filme em Janeiro e sem
figuras conhecidas não podemos dizer que o filme não tenha
conseguido conquistar.
Convem dizer que me
surpreendeu a aposta de Michael Bay por um filme de guerra, não que
ele não tenha qualidade tecnica para fazer confrontos ou apelar ao
sentido americano, algo que já provou diversas vezes nos seus filmes
conseguir, a minha duvida era se conseguia narrativamente fazer um
filme com conteudo e que fosse mais de que sequencias de acção.
Depois de ver o filme a resposta e claramente não, Michael Bay não
consegue fazer um filme com conteudo, com profundidade narrativa nem
quando aparentemente faz um filme sobre algo que realmente ocorreu. E
podemos dizer que o filme ate começa bem, na contextualizaçao de
Bengazhi, no caracter descontraido com que nos apresenta cada uma das
personagens, nos primeiros vinte minutos, mas depois acabou qualquer
tipo de personagem, qualquer tipo de nexo de casualidade, e mesmo
orientaçao do filme, começa o espetaculo pirotecnico e o pior de
tudo nunca com grande sentido posicional dos seus protagonistas o que
nos leva por muitas vezes a perde-los. O grande problema disto tudo e
a quase hora e quarenta e cinco minutos de batalhas interminaveis que
nunca consegue ter um climax, ou mesmo qualquer tipo de reaçao no
espetador.
Mas não se fica por
aqui o que o filme tem de Bay e que é o factor que muitos não
gostam dele, o seu patriotismo lamechas, quase provinciano presente
do primeiro ao ultimo minuto, a diferenciaçao entre americanos e os
outros, um laxismo quase doentio que alimenta alguns americanos mas
que me parece impossivel ser assumido numa industria global e
inteligente, o que torna um filme já de si mediano num veiculo de
comunicaçao insuportavel de uma mensagem que felizmente o mundo
globar já à muito desmentiu.
A historia fala de seis
seguranças da Cia que sao obrigados a defender a sua posiçao de
ataques de melicias rebeldes na Libia, apos a morte do embaixador
americano daquele pais, em 13 horas de luta total pela sobrevivencia
e regresso a casa.
O argumento e reduzido
como quase sempre e em filmes de guerra, ate aqui nada de novo, a
diferença e que o filme passa quase duas horas sem dialogos, sem
personagens em espetaculos de efeitos especiais in logo, com realismo
e ai pouco interessa o argumento que se limita aos primeiros vinte
minutos de filme.
Na realizaçao, ninguem
pode dizer que Bay não e realista na sua forma de filmar, ou que não
sabe usar todos os meios ao seu alcance. Tem assinatura com a captura
de imagens de baixo para cima, tem intensidade, mas cai sempre na
lamechisse barata e pouco creativa, que o tornam um realizador banal
e por muitos pouco interessante. Mesmo assim parece aqui ter um filme
mais proximo da critica do que dos milhoes.
No cast pela primeira
vez Michael Bay não usa grandes figuras, e faz porque o filme não
tem realmente personagens, a unica que existe não e exigente e a
aposta em Krasinski ate e positiva, demonstrado no actor uma
versatilidade e intensidade dramatica que eu nunca tinha visto, sendo
talvez a maior agradavel surpresa do filme, mesmo que em quase duas
horas e meia o filme apenas exige vinte minutos de interpretaçao.
O melhor – Krasinski
como actor dramatico.
O pior – O
patriotismo doentio de Bay
Avaliação - C-
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