Terrence Mallick é um
dos mais estranhos e particulares realizadores de Hollywood. Depois
de uma carreira inicial marcada apenas por três filmes, nas ultimas
decadas tem estado bem mais presente, contudo mais distante do
sucesso critico. Neste filme sobre o mundo da musica o resultado foi
bastante modesto, com uma avaliação critica demasiado mediana, o
que não serviu de impulso para outro tipo de resultado e
comercialmente sendo filme desde logo dificeis os resultados
comerciais são sempre desde logo moderados.
Sobre o estilo de
cinema, eu mesmo gostando da qualidade de algumas da imagens que ele
consegue transmitir, e do seu prefecionismo estetico na criaçao do
contexto ideal para a interação das personagens, não sou adepto de
um estilo de cinema solto, sem guião, sem propósito sem historia,
parece que na essencia temos imagens isoladas dos mesmos personagens,
recheadas com um monologo cujo sentido muitas vezes não é claro,
dando nos um cinema facil de boas imagens mas sem qualquer tipo de
conteudo.
Mas o que ainda mais
choca no que diz respeito ao cinema de Mallick e que ele consegue
sempre com este estilo rechear os seus filmes de estrelas que depois
tem de passar na manta de retalhos da montagem, sendo comum muitos
deles ficarem de fora, neste caso Hally Bennet e Christian bale. Mas
parece sempre que ele pouco quer mais do que a presença destes
actores em filmes que nada pedem aos mesmos a não ser a presença e
isso parece pouco num cinema que cada vez mais pede um valor
narrativo forte do argumento.
Com a idade de Mallick
acredito que nada vai mudar na sua forma de filmar, que provavelmente
vamos ter mais filmes com este formato, o que de alguma forma
retirando o efeito surpresa vai acabar por ser mais do mesmo,
diminuindo o seu lado critico que durante anos alimentou a sua
carreira. Outros dos problemas e a forma como ele demora a lançar os
seus projetos em pos produços completamente interminaveis, e neste
filme e facil perceber porque já que era muito dificil ligar as
peças.
Sobre a historia e
mesmo sendo dificil de a encontrar fala-nos de um triangulo amoroso,
entre dois amigos e uma jovem que de alguma forma vai baloiçando
entre ambos, e das relaçoes paralelas que vai existindo entre cada
um dos elementos.
Em termos de argumento
como muitos dos protagonistas do filme fizeram questão de sublinhar,
esse argumento acaba por não existir, temos sequencias de interação
solta, apenas com um monologo que tenta unir peças, dai que no final
não sabemos quem nas duas horas anteriores nos fez companhia, sendo
na sua base um poema visual cujo conteudo e indecifravel.
Mallick tem uma
capacidade unica de captar imagens isso já tinha sido bem observado
noutros filmes, contudo parece que o seu genero e demasiado diferente
e desligado para tornar-se alvo de um amor profundo dos cinefilos,
que querem algo que entendam, não um conjunto de boas cenas em
termos esteticos mas que o conteudo basicamente não existe. Mas isto
parece-me que sera sempre Mallick.
Por fim no cast, poucos
filmes podem-se gabar de ter um registo tao rico de actores de uma
primeira linha, contudo o filme nada lhes pede para a alem da
presença com personagens vazias, em interação espontaneas ou não.
E facil perceber que os actores gostam de trabalhar com Mallick
porque a exigencia e zero.
O melhor – A
qualidade estetica de Mallick
O pior - A
incapacidade de contar qualquer historia
Avaliação - C-
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