O cinema por vezes tem
alguns fenomenos que pouco entendemos, principalmente quando bons
actores em bons argumentos acabam por redundar num filme quase
desconhecido que é lançado com um ano de atraso e que não consegue
vingar comercialmente perante uma distribuição reduzida, mas pior
que isso acaba por ser um filme que ate consegue chamar a si criticas
positivas. Este foi o caso deste particular filme que os mais
desatentos nem sequer vao chegar a conhecer.
Sobre o filme, uma das
coisas que pode ser mais valorizada no cinema atual, e a forma muitas
vezes de uma historia simples de um personagem se consegue fazer algo
diferente sem necessitar de grandes efeitos especiais e mais que isso
quando tudo tem origem num bom conceito bem trabalhado. E o caso
deste pequeno filme sobre alguem no limite mas que começa a assistir
a sua vida de bancada. Neste particular reside o grande trunfo de um
filme que no restante basta cumprir para fazer uma ideia pelo menos
diferente funcionar.
Uma das criticas que
com razao se pode apresentar ao filme e a forma como o mesmo acaba
por ser repetitivo apos a ideia, a forma como alguem pode estar tao
longe e tao perto, algo que acabaria por ser pouco vermosivel, mas
que o filme acaba por potenciar de uma forma bem montada para fazer
sublinhar a sua ideia global. Para alem de uma boa ideia potenciada
muito por ela propria e tambem um filme que aposta num actor de
primeira linha que nas suas diferenças acaba por permitir uma
interpretaçao de grande intensidade.
Por isso mesmo, e não
sendo uma obra prima e claramente uma das obras mais competentes que
vi neste ano, não so pela tematica em si, mas mais que isso pela
forma, pela dificuldade de execuçao e por no final ser um filme
diferente de muito que vimos. Podemos dizer que por vezes o filme cai
no caricato de algumas situaçoes mas isso acaba por ser necessario
tendo em conta a historia que se quer contar.
A historia fala de um
sucedido advogado, com uma familia estruturada, que acaba por num dia
abandonar a sua vida, escondendo-se de todo o mundo num sotao, sem
nada dizer do seu paradeiro. Na altura em que a sua falta acaba por
ser constatada ele assiste da janela do sotao ao retomar da sua
familia a vida sem a sua presença.
Em termos de argumento
o filme tem uma ideia de base muito interessante e original, que
acaba por produzir com competencia, mais que com mestria. O filme
funciona bem nos flashbacks porque acaba por uma forma dimensional
caracterizar e bem as personagens que o filme trata e que sao
observadas sempre na percepçao de uma outra.
Robin Swicord é mais
que uma realizadora uma argumentista com alguns meritos, e aqui e
neste patamar que ela chama mais a atençao pela construçao de uma
boa historia baseada numa short story. Em termos de realizaçao pouco
trabalho deixado a primazia para os outros elementos como elenco e
argumento.
No elenco o filme e
totalmente dominado por um Cranston em excelente forma, um actor
intensdo, multifacetado, capaz da mais intensa sequencia dramatica
ate um humor quase infantil, neste filme tem espaço para tudo. Perde
em alguns momentos por uma caracterizaçao exagerada. O filme e de
dominio de uma personagem não deixando grande espaço para os
secundarios principalmente Garner.
O melhor – O
argumento
O pior – Em alguma
execução do filme poderia ser mais mestria do que competencia por
si so
Avaliação - B
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