Se há cerca de quinze
anos alguém apostasse na possibilidade de existir uma nova triologia
dos planetas dos macacos que romperia por completo o que já foi
feito e mais que isso iria conseguir bons resultados criticos poucos
achariam plausivel. Contudo três filmes depois e num regresso
anunciado, certo é que poucas triologias desta dimensão conseguiram
um resultado critico com tanto impacto com esta, sendo que
comercialmente, e para um franshising que não aposta em grandes
figuras os resultados também tem conseguido ser bastante
consistentes.
Eu confesso que mesmo
conseguindo perceber o sucesso critico dos dois primeiros filmes,
principalmente pelo realismo, pelo lado filosofico do desenvolvimento
de especies, pelo lado da prevalencia da comunicação e por ter
rompido com o que tinha sido feito antes no conceito, ainda não
percebi um entusiasmo desmedido com todo o conceito, para alem da
excelente banda sonora, e acima de tudo dos efeitos especiais de
primeira linha, principalmente na facilidade com que cria uma das
melhores personagens dos ultimos tempos, um heroi de acçao que acaba
por ser Ceasar. Alias parece-me obvio que o sucesso que tem o filme
deve-se muito a construçao e carisma da personagem mais do que
propriamente qualquer outra caracteristica que o filme acaba por ter.
Sobre o terceiro
episodio, podemos dizer que sendo um filme mais de campo do que os
anteriores, e um seguimento natural, continua o estilo dos primeiros,
sendo de risco quase nulo. Novamente temos o lado emocional contra o
racional, temos a batalha entre humanos e macacos, sem que os macacos
sejam sempre os selvagens, e temos toda a narrativa filosofica que
pode defender esse ponto. Contudo parece-me em termos de filme de
acção uma obra com alguns defeitos desde logo um ritmo muito
pausado e repetitivo ao longo da primeira hora de filme, e alguns
atalhos narrativos que para um filme tao bem avaliado criticamente
acaba por nem sempre funcionar.
Contudo parece-me claro
que se trata de um bom franchising, com uma moratória assumida, sem
cair nos vilões sem fundamentos e nos herois que não falhar, que
lança discussao sobre a natureza dos seres humanos, sem nunca
descuidar as competencias tecnicas em muitos vetores que fazem do
filme mais completo. Contudo não e uma obra de eleiçao, tenho
duvidas que mesmo sendo facilmente assumido como competente consiga
ser uma daquelas obras eternas no tempo.
A historia segue Cesar,
agora na tentativa de se defender dentro do seu mundo e dos seus das
investidas de um grupo armado de humanos, comandados por um lider
impiedoso e que tudo fara para aniquilar os macacos.
Em termos de argumento
o filme não é de grande risco, pese embora o lado filosofico que o
acompanhe ser novamente bem trabalhado na discussao do filme, em
termos de intriga temos o simples num filme de ação, sem trabalhar
muito as personagens, centrando todo o filme no heroi e anti heroi.
Falta por vezes alguma suavidade que ainda e tentada com a personagem
Bad Ape, mas parece não encaixar no registo do filme.
Matt Reeves herdou a
herança de Wyatt e conseguiu manter a roupagem, já que e um
realizador que é afilhado do sempre competente JJ Abrahms, e aqui
consegue reunir efeitos de primeira linha, num filme assumidamente de
grande produçao. Com pouco risco algo que e comum a um assumido
blockbuster de verao, podemos dizer que Reeves ganhou aqui pelo menos
o destaque de cumpridor em filmes de grande orçamento, vamos ver
como sera batman.
Em termos de cast, o
filme da novamente a primazia aos actores em funçoes digitais,
Serkis, comanda o filme, o seu Cesar e unico e a força do filme, e
mais uma vez é impressionante o trabalho aqui conseguido. Harlesson
e sempre competente num papel de Bad Boy, e outros destaques no lado
digital como Zahn na tentativa de dar algum humor e um lado mais
familiar ao filme, algo que ele não tem.
O melhor – Como nos
filmes anteriores Serkis/Ceasar
O pior – Nao ser um
filme que balança bem os ritmos, principalmente na primeira fase
Avaliação - C+
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