Friday, July 14, 2017

Norman

Existem alguns titulos que acabam por ter alguma resposta critica mas que por sua vez nunca conseguem reunir condições para serem realmente coerentes na definição de um objetivo. Isso poderá muitas vezes diferenciar um filme que consegue sucesso numa carreira para os premios e outros que so passado algum tempo vem a luz do dia a maior parte dos quais sem qualquer tipo de protagonismo. Norman poderam ser um dos filmes que enquadra este segundo ponto já que produzido em 2016, conseguiu boas avaliações criticas mas depois acabou por estrear em alguns cinemas, conseguindo mesmo assim resultados de bilheteiras mais importantes do que normalmente os filmes nestas circunstancias acabam por conseguir.
Sobre o filme, eu confesso que adorei a primeira parte do filme, a forma como a tentativa de se envolver num mapa de relacionamentos importantes, a busca do protagonismo, a forma da personagem, os dialogos a resiliencia, pareceu-me uma satira interessante do mundo dos negocios e mais que isso no mundo da politica que penso que o filme nos da de uma forma sarcastica mas extremamente funcional, quer nas situações em si, mas mais que isso na forma como a personagem vai ultrapassando as diferentes humilhações.
Contudo o filme muda completamente de lado após o seu epicentro, aqui parece-me que o filme quer ser mais moralista, mas inteligente, e perde o lado sarcastico que tao bem tinha funcionado na primeira metade do filme tornando-se mais confuso e mais que isso menos engraçado. Tambem em termos de ritmo parece-me obvio que é um filme que vai de mais a menos, sendo completamente contrario a muitos filmes que necessitavam de mais tempo, parece-me obvio que a qui o caso e precisamente o contrario.
Analisando os pros e contras bem vincados no filme, temos obviamente uma hora de bom cinema, inteligente e atual, mas o resultado final fica condicionado por uma segunda parte claramente inferior não permitindo que o filme seja avaliado como coeso, mesmo assim parece-me que num ano em que nem sempre os filmes tem sido felizes no seu resultado este é um dos poucos que pelo menos em alguns momentos consegue ser e nos dar bom cinema.
A historia fala de um individuo sozinho que tenta a todo o custo entrar e ser importante em mapas de relações quer politicas quer de negocios. Tudo normalmente e recusado ate que tem uma conversa particular com um ministro israelita, com quem tem um momento interessante e que lhe vai reprecutir e mudar a sua vida no momento em que o mesmo se torna primeiro ministro daquele pais.
Em termos de argumento tudo corre bem principalmente quando o filme mais que uma intriga, tenta utilizar o sarcasmo para definir as personagens, e nesse particular o filme é extremamente inteligente na forma como é articulado e principalmente na caracterização da personagem central. Na segunda parte do filme com a mudança de registo o filme torna-se a todo o nivel mais vulgar.
A realizaçao marca a estreia em hollywood de Joseph Cedar, tem uma realizaçao interessante conjugando risco nas comunicações das personagens com a envolvencia megalomana de Nova Iorque, um trabalho que não sendo de primeira linha tem bons momentos num realizador a seguir nos proximos tempos.
No cast todo o destaque vai para Gere, que parece nesta fase da sua vida, estar a escolher melhor os filmes, mais relacionados com o cinema independente e que lhe tem dado um reconhecimento critico que em outros momentos mais visiveis da sua carreira não conseguiu. Aqui tem um papel dificil, e consistente, dos melhores dos ultimos tempos na sua carreira, e que podera ser um suspiro para proximos projetos.

O melhor – A primeira hora de filme

O pior – A segunda alterar o regime que o filme seguia ate entao



Avaliação - C+

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