Sunday, July 16, 2017

The Promise

Não poucas vezes alguns filmes são completamente devorados pela conjetura policia que os acompanham. Todos sabiam que no momento em que alguem decidisse fazer uma grande produção sobre o genocidio armenio a polemica estaria no ar, e possivelmente o resultado e a recepção ia ser de extremos. Logo se percebeu isso no momento em que este filme foi exibido no festival de toronto, existindo aqueles que glorificaram a coragem e aqueles que contestaram a realidade. Talvez por isso a avaliação critica ficou no meu com criticas bipartidas que acabaram por tirar o poder que penso que Terry george chegou a pensar em obter neste filme. Muito por culpa disto e fora da corrida pelos premios antes da mesma iniciar o filme acabou por estrear este ano de uma forma muito modesta, mostrando que ainda existem barreiras claras para alguns temas.
Sobre o filme, podemos dizer que o mesmo é normalmente um filme emotivo, sobre um acontecimento historico importante, que mesmo com todas as duvidas politicas existentes esta pensado de forma a pelo menos no plano emocional agradar a toda a gente, e mais que isso denunciar com convicção um dos aparentes episodios mais negros da humanidade.
Neste particular o filme tem essa coragem e esse abrir de fronteiras. Analisando o filme em si parece-me que lhe falta alguns pontos que se tornam importantes num filme como este, desde logo o detalhe espacial, tudo parece muito facil de se encontrarem e de se perderem. Mas mais que isso o ponto do filme que me parece pior trabalhado e o triangulo amoroso, onde ficamos sem saber o que cada um pensa, ou sequer se alguma vez pensou. Isso parece-me demasiado bonito para o desenvolvimento da forma que o filme quer dar, mas completamente desfazado da realidade, e para o filme que quer denunciar um facto historico, parece-me um erro de principiante.
Ou seja mesmo sendo um filme com um claro erro de escolha de uma parte dos conflitos na minha forma de ver, é um filme com peso, emocional, que consegue comunicar de uma forma fácil e direta com o publico, mantendo um bom balanço de ritmo. Nem sempre e um epico de grandes dimensoes, mas consegue-o ser, num genero sempre exigente.
A historia fala de um estudante de medicina que para estudar acaba por se enquadrar no estado ottman, até ao momento em que o mesmo aproveitando a existencia da primeira guerra mundial começa a aniquilar todos os armenios, inclusivamente o protagonista e toda a sua familia, iniciando uma luta pela sobrevivencia com a ajuda de um casal, constituido por uma professora de dança e um jornalista americano.
Em termos de argumento se por um lado o tema, a discussão existente a volta dele a forma como assume o seu ponto de vista e corajoso, na historia dentro da historia o filme e mais cobarte, a forma como gere as relaçoes amorosas do filme, importantes na intriga, retira o filme de qualquer tipo de realismo.
Terry George e um realizador policito e emotivo, mas que nos ultimos tempos tem tido muita dificuldade em recuperar a fama e os valores de outro tempo. Aqui com um filme grande o resultado parece escasso para o investimento, mesmo com magnificos planos contextuais o filme nunca adopta um registo plenamente original.
Um bom cast, num filme na maior parte do tempo bem interpretado, Isaac tem as despesas interpretativas do filme, e com algum destaque quando o filme lhe exige mais dramatismo. Bale, num papel menos vistoso, algo que nem sempre e comum na sua carreira, e Le Bon tem a seu lado o ponto de vista emocional, que encaixa nos pontos necessarios do filme, sem grande destaque.

O melhor – A questão do genocidio

O pior – O trinagulo amoroso e o seu desenvolvimento


Avaliação - C+

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