Não poucas vezes
alguns filmes são completamente devorados pela conjetura policia que
os acompanham. Todos sabiam que no momento em que alguem decidisse
fazer uma grande produção sobre o genocidio armenio a polemica
estaria no ar, e possivelmente o resultado e a recepção ia ser de
extremos. Logo se percebeu isso no momento em que este filme foi
exibido no festival de toronto, existindo aqueles que glorificaram a
coragem e aqueles que contestaram a realidade. Talvez por isso a
avaliação critica ficou no meu com criticas bipartidas que acabaram
por tirar o poder que penso que Terry george chegou a pensar em obter
neste filme. Muito por culpa disto e fora da corrida pelos premios
antes da mesma iniciar o filme acabou por estrear este ano de uma
forma muito modesta, mostrando que ainda existem barreiras claras
para alguns temas.
Sobre o filme, podemos
dizer que o mesmo é normalmente um filme emotivo, sobre um
acontecimento historico importante, que mesmo com todas as duvidas
politicas existentes esta pensado de forma a pelo menos no plano
emocional agradar a toda a gente, e mais que isso denunciar com
convicção um dos aparentes episodios mais negros da humanidade.
Neste particular o
filme tem essa coragem e esse abrir de fronteiras. Analisando o filme
em si parece-me que lhe falta alguns pontos que se tornam importantes
num filme como este, desde logo o detalhe espacial, tudo parece muito
facil de se encontrarem e de se perderem. Mas mais que isso o ponto
do filme que me parece pior trabalhado e o triangulo amoroso, onde
ficamos sem saber o que cada um pensa, ou sequer se alguma vez
pensou. Isso parece-me demasiado bonito para o desenvolvimento da
forma que o filme quer dar, mas completamente desfazado da realidade,
e para o filme que quer denunciar um facto historico, parece-me um
erro de principiante.
Ou seja mesmo sendo um
filme com um claro erro de escolha de uma parte dos conflitos na
minha forma de ver, é um filme com peso, emocional, que consegue
comunicar de uma forma fácil e direta com o publico, mantendo um bom
balanço de ritmo. Nem sempre e um epico de grandes dimensoes, mas
consegue-o ser, num genero sempre exigente.
A historia fala de um
estudante de medicina que para estudar acaba por se enquadrar no
estado ottman, até ao momento em que o mesmo aproveitando a
existencia da primeira guerra mundial começa a aniquilar todos os
armenios, inclusivamente o protagonista e toda a sua familia,
iniciando uma luta pela sobrevivencia com a ajuda de um casal,
constituido por uma professora de dança e um jornalista americano.
Em termos de argumento
se por um lado o tema, a discussão existente a volta dele a forma
como assume o seu ponto de vista e corajoso, na historia dentro da
historia o filme e mais cobarte, a forma como gere as relaçoes
amorosas do filme, importantes na intriga, retira o filme de qualquer
tipo de realismo.
Terry George e um
realizador policito e emotivo, mas que nos ultimos tempos tem tido
muita dificuldade em recuperar a fama e os valores de outro tempo.
Aqui com um filme grande o resultado parece escasso para o
investimento, mesmo com magnificos planos contextuais o filme nunca
adopta um registo plenamente original.
Um bom cast, num filme
na maior parte do tempo bem interpretado, Isaac tem as despesas
interpretativas do filme, e com algum destaque quando o filme lhe
exige mais dramatismo. Bale, num papel menos vistoso, algo que nem
sempre e comum na sua carreira, e Le Bon tem a seu lado o ponto de
vista emocional, que encaixa nos pontos necessarios do filme, sem
grande destaque.
O melhor – A questão
do genocidio
O pior – O trinagulo
amoroso e o seu desenvolvimento
Avaliação - C+
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