Saturday, March 02, 2024

The Zone of Interest

 Johnatan Glazer tem no seu curriculo algumas caracteristicas que fazem dele um realizador pouco comum, principalmente porque os seus filmes não são propriamente ritmados, mas são exercicios de impacto, muitas vezes metaforicos e de dificil compreensão, dai que rapidamente surpreendeu quando este peculiar Zone of Intrest surpreendeu em Cannes e aguentou a competiçao ate conseguir ser um dos filmes marcantes destas nomeaçoes para os oscares fruto de uma excelente receçao critica. Comercialmente para um filme de autor, falado em alemão os resultados foram razoaveis, mas foi talvez o parametro pobre para o percurso intenso do filme ao longo do ano.

Sobre o filme, podemos dizer que é um filme sem historia, sem um guião propriamente definido, o filme quer demonstrar e chocar na diferença entre uma familia de um general nazi e a vida dele no campo, contrapondo com as atrocidades que existiam paredes meias. O filme tem um ritmo lento, com muito exercicios simbolicos que pode fazer com que muitos dos aspetos sejam necessarios de refletir, mas a dureza e a intensidade dos momentos, e principalmente como o som do filme esta presente torna este filme uma obra singular, diferente de tudo o que vimos.

O que esconde o filme e muito mais forte do que exibe, a superficialidade e a normalidade nas personagens de tudo que os roda e chocante mas os momentos esteticos que mesmo sem sangue significam o terror faz com que o filme, na sua curta duração, o que tendo o seu estilo nao poderia ser mais longo, leva a momentos de um impacto emocional tao elevado que provavelmente poucos filmes sobre o holocausto conseguiram ser tao subtis neste tratamento e por isso, podemos facilmente dizer que se trata do filme mais concetual sobre tal tema.

Por tudo isto podemos dizer que quem gosta de um cinema de historias e de dialogos podera ficar defraudado com um filme que se limita a ser um episodio longo de bib brother no contexto mais particular que podia ser. O segredo esta na camara que o filme quer dar, mas isso nao deixa de com poucas imagens criar todo o impacto que o filme quer ter, uma obra de referencia sem duvida do ano.

A historia do filme e simples, o dia a dia da familia do responsavel nazi pelo Campo de Concentração de Auschwitz com uma vida simples, familiar em paredes meia com o espaço onde se cometeu um dos maiores atentados da historia da humanidade.

O argumento e silencioso, alias os grandes apontamentos do filme e o silencio e os barulhos de contexto. Nao temos propriamente uma historia, mas sim situaçoes, e estas espelham como poucas a dictomia ali vivida de uma forma que provavelmente poucos contariam. Mais que um grande argumento e uma brande ideia.

Na realizaçao Glazer foi sempre um realizador proximo da critica, mas longe dos premios ou da unanimidade, aqui numa produçao britanica parece ter conseguido a sua referência. Provavelmente saira com o oscar de melhor filme estrangeiro, e a mençao de melhor realizador que colocara um passo acima na carreira.

Nao e um filme de interpretaçoes embora Huller demonstre a intesnidade que ja nos surpreendeu este ano em Anatomia de uma Queda. Ao seu lado Friedel e uma agradavel surpresa pela simplicidade em que encarna um monstro.


O melhor - A capacidade subtil de ter impacto

O pior - Pode nao ser um filme facil de organizar


Avaliação - B+



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