Thursday, September 08, 2022

Elvis

 No verão de 2022 acabou por ser lançado um dos grandes acontecimentos cinematograficos dos ultimos anos, concretamente um biopic de Elvis, realizado por Bazz Lurhman com todos os atributos tipicos de um realizador com um estilo visual unico. Este megra projeto acabou por ser lançado com todo o aparato mas criticamente apesar das boas avaliaçoes, as mesmas não foram entusiasmantes, sendo que comercialmente o valor ainda comercial de Elvis alavancou o filme para um resultado muito consistente.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo tinha tudo para ser marcante, mas acaba por ter dificuldades em o ser, embora tenha a riqueza visual e mesmo originalidade que Bazz nos habituou. Embora tenha a intensidade e abordagem musical que tão bem o realizador sabe criar, o que soa no final e que o filme tem bons momentos mas que tudo acaba por nao colar em conjunto no filme, principalmente porque as mais de duas horas e meia de filme acabam por tornar tudo de tal forma repetitiva que não permite que o resultado final seja brilhante.

Outro dos problemas que me parece que o filme tem, embora sejamos claros que isso é uma opinião algo diferente daquilo que a critica tem assinalado, e diz respeito a forma como Butler constroi a sua personagem. O excesso de maneirismos quase sem grande sentido que o filme repete até à exaustão desprove por completo a personagem de personalidade limitando-o a visualidade que parece pouco, num filme sobre uma personagem que nunca se revela, parecendo uma marioneta com maneirismos estranhos e pouco mais.

Assim, e ressalvando que o filme tem um lado visual de primeira linha, que musicalmente tenha momentos muito fortes, e onde Butler e o protagonista maior, que Hanks tenha a maldade que tomos esperavamos do Coronel, mas no final essas pontas soltas, acabam por não resultar num filme capaz de contar uma historia, de ser um biopic de força clara e que nos dispa a personagem, sendo um filme muito visual e pouco narrativo.

A historia trás-nos a complicada relação de Elvis com o seu agente e polemico Coronel Tom Parker, ao longo dos anos, na construção da carreira e como a mesma foi se ajustando sempre a necessidade maior do segundo, do que os sonhos do primeiro, e como isso complicou o estado mental da estrela.

Em termos de argumento o filme tenta ir a factualidade, criar um intriga pequena e entregar as despesas do filme no ponto onde me parece que o filme poderia ter maior lucro, ou seja, na forma visual do mesmo, e naquilo que Lurhman faz como ninguem que é cor e espetaculo, mas o argumento e colocado de lado.

No que diz respeito à realização este regresso de Lurhman e forte, com cor, movimento, arte, todos os atributos que sempre nos habituou e com os meios comuns o tornam quase unico. pena que nos ultimos tempos os argumentos dele não tenham sido os melhores e aqui volta a nao ser.

No cast eu confesso que nao fui um adepto da interpretaçao e criaçao do jovem Butler. Fisicamente impressionante, a personagem torna-se repetitiva, salva pelos momentos musicais bem intensos. O filme tambem acaba por perder pelo facto de não ter porpriamente uma personagem dimensional.
Hanks e um interessantissimo vilão, que encaixa naquilo que o filme acaba por querer ser.


O melhor - O lado visual de Lurhman

O pior - A falta de realmente o lado mais pessoal de Elvis


Avaliação - C+



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