Pode-se sempre
estranhar quando um filme dos irmãos Cohen estreia logo no inicio de
Fevereiro sem grande alarido com um dos melhores cast que vimos nos
seus filmes. Mesmo o facto de ser uma comedia estranhou tal opção,
ainda para mais quando as avaliaçoes foram positivas talvez curtas
para ambicionar premios mas suficientes para alguma visibilidade no
oscar trace. Comercialmente o filme portou-se de uma forma limitada
tendo em conta o volume de estrelas no seu conjunto de actores.
Este filme é um caso
curioso em que a soma das partes e bem mais que o todo, ou seja,
estamos perante um filme com bons momentos, potenciados por uma
excelente realização que dá homenagem a diversos tipos de cinema
dentro de um filme, mas aquilo que liga o filme, ou seja o centro
narrativo do filme é completamente confuso, demasiado
desinteressante, o que faz com que passeassemos por quartos
diferentes com diferentes numeros sem nunca termos atençao aquilo
que realmente os une porque basicamente quase não existe.
E mesmo salvaguardando
os bons momentos de realização, musical, contextualizaçao
temporal, critica e dialogos de primeira linha, e obvio que o final
falta muito ao filme no que diz respeito a sua abordagem, a sentirmos
que existe um corpo comum a tudo aquilo, o que fica na ideia final de
que não percebemos bem o sentido do que acabamos de ver mesmo que
gostamos de algumas coisas do que vimos, deixando no espetador um
sabor agridoce.
Nao e nem de perto nem
de longe uma das melhroes obras dos irmãos Cohen, mesmo em comedia
já o vimos ser mais objetivos e na mesma conseguir potenciar a força
de um argumento detalhado e de autor, aqui temos um filme demasiado
satirico e mais que isso demasiado partido entre as cenas, o que lhe
tira dimensao e não o faz mais do que um conjunto de cenas bem
conseguidas.
A historia segue o dia
a dia de um produtor de hollywood que se ve de encontro a diversos
problemas a resolver nos filmes da produtora o mais grave dos quais o
desaparecimento/rapto da estrela da sua maior produçao.
Em termos de argumento
o filme tem algumas das virtudes reconhecidas aos irmãos Cohen como
riqueza e abrangencia dos dialogos que toca diversos assuntos, sempre
com um lado critico e com algum humor, mas perde naquilo que une cada
parcela do filme devido a inexistencia de um tronco narrativo comum.
Este e talvez o unico
filme onde os irmãos Cohen ganham mais como realizadores do que
argumento pelo menos o filme onde esse intervalo e maior com
beneficio da realizaçao, muito sentido artistico do filme, que
muitas vezes no coloca dentro de duas salas de cinema. Mesmo sendo um
filme no todo menor na carreira a capacidade e assinatura esta la.
Num dos melhores cast
dos ultimos anos acaba por ser o desconhecido Alden Ehrenreich que
mais brilha, num dos primeiros grandes papeis do ano, a forma como
consegue transmitir todo o ar limitado da sua personagem e deliciosa
de um actor que centra em si as atenções. O unico que consegue ter
algum impacto e Fiennes e quando consigo contracena.
O melhor – O
excelente papel de Alden Ehrenreich
O pior – O facto de
ser dificil observar o objetivo comum do filme
Avaliação - C+
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