Sunday, February 28, 2016

Hail, Cesar!

Pode-se sempre estranhar quando um filme dos irmãos Cohen estreia logo no inicio de Fevereiro sem grande alarido com um dos melhores cast que vimos nos seus filmes. Mesmo o facto de ser uma comedia estranhou tal opção, ainda para mais quando as avaliaçoes foram positivas talvez curtas para ambicionar premios mas suficientes para alguma visibilidade no oscar trace. Comercialmente o filme portou-se de uma forma limitada tendo em conta o volume de estrelas no seu conjunto de actores.
Este filme é um caso curioso em que a soma das partes e bem mais que o todo, ou seja, estamos perante um filme com bons momentos, potenciados por uma excelente realização que dá homenagem a diversos tipos de cinema dentro de um filme, mas aquilo que liga o filme, ou seja o centro narrativo do filme é completamente confuso, demasiado desinteressante, o que faz com que passeassemos por quartos diferentes com diferentes numeros sem nunca termos atençao aquilo que realmente os une porque basicamente quase não existe.
E mesmo salvaguardando os bons momentos de realização, musical, contextualizaçao temporal, critica e dialogos de primeira linha, e obvio que o final falta muito ao filme no que diz respeito a sua abordagem, a sentirmos que existe um corpo comum a tudo aquilo, o que fica na ideia final de que não percebemos bem o sentido do que acabamos de ver mesmo que gostamos de algumas coisas do que vimos, deixando no espetador um sabor agridoce.
Nao e nem de perto nem de longe uma das melhroes obras dos irmãos Cohen, mesmo em comedia já o vimos ser mais objetivos e na mesma conseguir potenciar a força de um argumento detalhado e de autor, aqui temos um filme demasiado satirico e mais que isso demasiado partido entre as cenas, o que lhe tira dimensao e não o faz mais do que um conjunto de cenas bem conseguidas.
A historia segue o dia a dia de um produtor de hollywood que se ve de encontro a diversos problemas a resolver nos filmes da produtora o mais grave dos quais o desaparecimento/rapto da estrela da sua maior produçao.
Em termos de argumento o filme tem algumas das virtudes reconhecidas aos irmãos Cohen como riqueza e abrangencia dos dialogos que toca diversos assuntos, sempre com um lado critico e com algum humor, mas perde naquilo que une cada parcela do filme devido a inexistencia de um tronco narrativo comum.
Este e talvez o unico filme onde os irmãos Cohen ganham mais como realizadores do que argumento pelo menos o filme onde esse intervalo e maior com beneficio da realizaçao, muito sentido artistico do filme, que muitas vezes no coloca dentro de duas salas de cinema. Mesmo sendo um filme no todo menor na carreira a capacidade e assinatura esta la.
Num dos melhores cast dos ultimos anos acaba por ser o desconhecido Alden Ehrenreich que mais brilha, num dos primeiros grandes papeis do ano, a forma como consegue transmitir todo o ar limitado da sua personagem e deliciosa de um actor que centra em si as atenções. O unico que consegue ter algum impacto e Fiennes e quando consigo contracena.

O melhor – O excelente papel de Alden Ehrenreich

O pior – O facto de ser dificil observar o objetivo comum do filme

Avaliação - C+


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