Eram diversas as razões
para este filme ter à sua volta muita expetativa, desde logo marcar
a reunião de duas das maiores estrelas femininas de Hollywood como
Nicole Kidman e Julia Robertes, marcar o regresso ao activo de um
realizador e argumentista há muito tempo arredado do cinema como
realizador, e por ser o remake de um filme argentino que ganhou o
oscar de melhor filme. Pese embora todos estes ingredientes
rapidamente se percebeu que o filme não iria conseguir passar na
critica para assumir qualquer candidatura a premios, algo que em
termos de remake apenas Departed conseguiu.Talvez motivado por esta
má recepção tambem comercialmente o filme foi um desastre
principalmente tendo em conta o cast envolvido.
Fazer um remake de um
filme que ganhou um oscar parece desde logo uma má opção, mesmo
que o filme tenha todos ingredientes para funcionar como um bom cast
e um bom realizador. Eu não consigo fazer comparaçoes porque não
vi o original pelo que apenas vou falar naquilo que vi o que pode ser
algo diferente da maioria da critica. Assim parece termos aqui um
filme policial simplista de investigação pura, e da forma como
decisoes politicas podem divergir de contextos pessoais. Nesta forma
não sendo um filme absolutamente magnifico temos um filme simples,
objetivo mas que consegue cumprir os seus perceitos.
Alias uma das decisoes
mais fortes do filme, que e a sua divisao em duas linhas temporais
que por mim foi questionada diversas vezes ao longo da duraçao do
filme, pela pequena diferenciaçoa entre elas em termos de
caracterizaçao acaba por ser no final uma boa escola na forma como o
filme acaba aos poucos por preencher espaços o que torna o seu
suspense mais forte e o filme em termos de impacto mais vincado.
Pena e num filme que
depende muito da sua conclusao esta ser demasiado previsivel e ai o
filme perde alguma força que poderia ser impulsionada por um final
diferente mais inesperado ou provavelmente mais complexo. Este e
claramente o problema de um genero limitado e curto como a trama
policial depender muito da forma como se concluiu e aqui mesmo não
sendo um desastre parece-me na minha opiniao ser aquilo que inibe o
filme de voos mais elevados.
O filme fala de um
conjunto de policias anti terrorismo que acabam por se ver no meio de
uma investigação de homicidio da filha de um dos seus elementos, o
filme passa logo apos a morte, e treze anos volvidos quando todos se
voltam a encontrar.
Billy Ray e claramente
na sua carreira melhor argumentista do que realizador, pese embora já
tenha conseguido alguns sucessos criticos atras da camara. Aqui temos
um filme que não e propriamente uma mais valia em termos de
argumento, podemos dizer mesmo que e uma historia segura mas com
falta de elementos que lhe proporcionem outro tipo de impacto, mesmo
assim temos um argumento que cumpre.
Na realizaçao temos
alguns problemas fruto de alguma falta de treino nos ultimos anos de
Ray como realizador, o filme exigia uma maior diferenciaçao em cada
detalhe temporal que podia ser na imagem, ou na caracterizaçao que
se torna muito leve e torna o filme algo confuso, e isso e um defento
consideravel principalmente quando o filme não tem outroa elementos
de realizaçao que tornem uma clara obra de arte.
No cast e claro o
recheio que o filme tem principalmente do lado feminino, Ejiofor e
consistente e tenta balançar as mulheres do filme, neste duelo de
titas e fruto de ter o melhor papel do filme o maior destaque vai
para Roberts numa personagem emocionalmente intensa muito na linha do
que já tinha feito em August: Osage County, numa prestação que com
outra força do filme poderia ter valido um maior impacto em termo de
premios.
O melhor – Julia
Roberts num bom nivel.
O pior – Os poucos
elementos diferenciadores entre linhas temporais
Avaliação - C+
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