Sunday, February 14, 2016

Secret in their Eyes

Eram diversas as razões para este filme ter à sua volta muita expetativa, desde logo marcar a reunião de duas das maiores estrelas femininas de Hollywood como Nicole Kidman e Julia Robertes, marcar o regresso ao activo de um realizador e argumentista há muito tempo arredado do cinema como realizador, e por ser o remake de um filme argentino que ganhou o oscar de melhor filme. Pese embora todos estes ingredientes rapidamente se percebeu que o filme não iria conseguir passar na critica para assumir qualquer candidatura a premios, algo que em termos de remake apenas Departed conseguiu.Talvez motivado por esta má recepção tambem comercialmente o filme foi um desastre principalmente tendo em conta o cast envolvido.
Fazer um remake de um filme que ganhou um oscar parece desde logo uma má opção, mesmo que o filme tenha todos ingredientes para funcionar como um bom cast e um bom realizador. Eu não consigo fazer comparaçoes porque não vi o original pelo que apenas vou falar naquilo que vi o que pode ser algo diferente da maioria da critica. Assim parece termos aqui um filme policial simplista de investigação pura, e da forma como decisoes politicas podem divergir de contextos pessoais. Nesta forma não sendo um filme absolutamente magnifico temos um filme simples, objetivo mas que consegue cumprir os seus perceitos.
Alias uma das decisoes mais fortes do filme, que e a sua divisao em duas linhas temporais que por mim foi questionada diversas vezes ao longo da duraçao do filme, pela pequena diferenciaçoa entre elas em termos de caracterizaçao acaba por ser no final uma boa escola na forma como o filme acaba aos poucos por preencher espaços o que torna o seu suspense mais forte e o filme em termos de impacto mais vincado.
Pena e num filme que depende muito da sua conclusao esta ser demasiado previsivel e ai o filme perde alguma força que poderia ser impulsionada por um final diferente mais inesperado ou provavelmente mais complexo. Este e claramente o problema de um genero limitado e curto como a trama policial depender muito da forma como se concluiu e aqui mesmo não sendo um desastre parece-me na minha opiniao ser aquilo que inibe o filme de voos mais elevados.
O filme fala de um conjunto de policias anti terrorismo que acabam por se ver no meio de uma investigação de homicidio da filha de um dos seus elementos, o filme passa logo apos a morte, e treze anos volvidos quando todos se voltam a encontrar.
Billy Ray e claramente na sua carreira melhor argumentista do que realizador, pese embora já tenha conseguido alguns sucessos criticos atras da camara. Aqui temos um filme que não e propriamente uma mais valia em termos de argumento, podemos dizer mesmo que e uma historia segura mas com falta de elementos que lhe proporcionem outro tipo de impacto, mesmo assim temos um argumento que cumpre.
Na realizaçao temos alguns problemas fruto de alguma falta de treino nos ultimos anos de Ray como realizador, o filme exigia uma maior diferenciaçao em cada detalhe temporal que podia ser na imagem, ou na caracterizaçao que se torna muito leve e torna o filme algo confuso, e isso e um defento consideravel principalmente quando o filme não tem outroa elementos de realizaçao que tornem uma clara obra de arte.
No cast e claro o recheio que o filme tem principalmente do lado feminino, Ejiofor e consistente e tenta balançar as mulheres do filme, neste duelo de titas e fruto de ter o melhor papel do filme o maior destaque vai para Roberts numa personagem emocionalmente intensa muito na linha do que já tinha feito em August: Osage County, numa prestação que com outra força do filme poderia ter valido um maior impacto em termo de premios.

O melhor – Julia Roberts num bom nivel.

O pior – Os poucos elementos diferenciadores entre linhas temporais


Avaliação - C+

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