O cinema independente vai ganhando fãs, não só pela actualidade dos temas que muitas vezes aborda, mas também pelo estilo mais refletivo que dia apois dia assume como sua assinatura. Este Nasty baby e obviamente um filme desse estilo totalmente criado para festivais, independentes ou não, o certo é que e um filme pensado para a critica e menor para o resultado comercial do mesmo. E nesse particular os resultados foram medianos, uma vez que comercialmente o filme como se esperava não obteve qualquer tipo de resultado significativo e criticamente pese embora tenha avaliações essencialmente positivas foram insuficientes para dar ao filme qualquer impulso bastante significativo.
Nasty Baby e um filme estranho, marcadamente independente no ritmo pouco acelerado, na forma como os dialogos parecem desconcertados de qualquer lógica comum, é um produto base para quem gosta deste estilo de cinema, mas incapaz dos tradicionalistas na lógica de um argumento como eu me assumo enquanto amante de cinema. Por isso e que mesmo valorizando o facto do filme tratar de um tema tão actual e pertinente o faz de uma forma despegada sem impacto, mais preocupado com as eloquencias de cada personagem do que fazer a mensagem passar de forma sublinhada ao espetador.
E pese embora algumas conversas tenham a sua graça, e o facto da geração de uma vida ser complementar a perda de outra parece-me obviamente que o filme tem uma crise de arrogancia preocupando-se pouco com o espectador, parece uma conversa de amigos com estilos semelhantes em busca de um objectivo comum, e sentimos sempre a sensaçao que o filme nao esta com a nossa forma de ver o mundo.
Mas e um estilo cada vez mais assumido uma vanguarda independente do cinema, baseado em um ou outro sucesso que talvez tenha como Noah Baumbach mas o mesmo ja conseguiu impacto na forma como os seus filmes atingem o espetador que os seus seguidores ainda tentam
A historia fala de um casal de homossexuais que tenta geram um filho com a ajuda de uma amiga de um deles, perante as indecisoes desta aposta a relação de cada diade vai ganhando contornos proprios que fica ainda mais em risco com o aparecimento de um estranho sem abrigo.
Do ponto de vista do argumento e facil assumir a actualidade de um tema tanto em discussao em diversos contextos, mas parece que o filme quer ir para alem do tema, quer sublinhar a eloquencia das suas personagens num estilo pouco ritmado, e baseado em dialogos existencialistas que tiram ao filme algum do impacto que o tema por si so poderia ter.
Este e um projecto completo de Sebastian Silva e se em termos de interpretaçao e principalmente em argumento o sentimento e agridoce, tudo parece pior quando falamos numa realizaçao inquieta numa abordagem deliberadamente amadora, como forma de estilo. Isto tudo poderia ser um bom sinal se nao fosse uma marca standartizada de autores que nao conseguem fazer outro tipo de arte, já o tinha feito em Crystal Fairy e torna-se assim um dos realizadores mais rebeldes e inconsequentes do cinema.
No cast Silva assume o protagonismo e penso que e neste lado que ele melhor funciona, da realismo a personagem num papel nao muito dificil mas cuja a ligaçao com o seu colega tem de ser intensa e isso consegue mais pela interpretaçao do que pelo guião.
O melhor - A atualidade do tema
O pior - A dificuldade de fazer um filme que se exigia como sendo facil
Avaliação - C-
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