Se existe historia nos
ultimos anos que foi acompanhada pelos Media, e que se revestiu num
hino a sobrevivencia foi a dos mineiros chilenos que passaram 69 dias
soterrados, depois de um acidente numa mina, e que o mundo seguiu com
paixao. Seria uma questao de anos, e de produção esta historia vir
ao cinema. Contudo pese embora a paixao que revestiu a historia
criticamente o filme não conseguiu avaliaçoes efusivas e
comercialmente muito pelo facto de ter optado por actores e
realizadora sul americana acabou por tirar ao filme algum star power
que o poderia tornar bem mais forte em termos financeiros.
The 33 não e um filme
que exige muito de si, e uma forma que se reveste de fabula de
positivismo para contar ao mundo o que aconteceu, percebemos que e
uma forma adornada da historia, já que os conflitos e a irmandada e
sempre assim representada, o que e pouco realistica em termos da
situaçao limite ocorrida. Mas não e um filme que quer ser
detalhado, parece sempre querer ser mais uma homenagem, um registo
para o mundo do ocorrido, de uma forma simpatica do que algo mais, e
neste objectivo reside as virtudes e defeitos do filme.
Como virtudes a
primeira hora de filme, a forma como nos oferece a imensidao e o
risco de tal profissao, e o lado feliz de uma historia que melhor que
muitos filmes pareceu desenhada para o sucesso. Do lado negativo a
falta de profundidade das personagens, centrar-se em poucos mineiros,
deixando grande parte deles como se não existisse. Nao tenta nunca
espelhar de forma aprofundada as dificuldades e os limites de
sobrevivencia de cada um nem os estados de espirito individual, trata
sempre do grupo como um todo mas com quatro ou cinco
individualidades.
Ou seja um filme mais
emotivo do que racional, mais para provocar emoçoes do que ser
detalhado, a mensagem já tinha sido dada em 2010 com a historia real
e agora um documento e justa homenagem a quem passou por o que o
filme descreve, mesmo que como valor artistico não seja mais que
pontuar a historia.
A historia fala dos 33
mineiros que passaram 69 dias soterrados a luta pela sua
sobrevivencia, mas tambem todos os mecanismos de resgate e a forma
como a familia dos mesmos vivenciaram toda esta delicada operaçao.
O argumento procura
sempre mais a emoçao do que a razao, e isso observa-se na forma como
o tempo do filme e dividido pelo timing dos acontecimentos,
parece-nos injusto a forma como priveligia uns em deterimento de
outros, pese embora fosse dificil falar de 33 com o mesmo timing,
mesmo assim parece sempre algo adornado, o que lhe podera tirar algum
poder documental, mas que serve como devida homenagem.
Na realizaçao uma
quase desconhecida sul americana que teve nas maos um projecto maior
que ela, o filme e bem realizado com meios, e as sequencias de
subsolo dão a prespetiva de imensidao exigida, não sendo um
trabalho artistico e um trabalho eficaz.
No cast desde logo uma
grande limitaçao na escolha de actores sul americanos ou hispanicos,
Banderas não e um actor de luxo nunca o foi, refugia-se na
extroversao e em tiques repetidos, que mesmo neste filme trás a
personagem, a mesma coisa que o lado lamechas de Santoro. Parece-me
obviamente que o filme com outros interpretes poderia ter dado um
salto de qualidade, mas para o lado emotivo as escolhas foram
positivas. Um filme claramente com mais destaque para os secundarios
quase desconhecidos do que para os seus protagonistas com excepçao
da quase sempre marcante Juliette Binoche.
O melhor – A historia
real.
O pior – Resumir-se a
quatro ou cinco protagonistas
Avaliação - B-
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