Existe sempre um
momento em que um realizador conceituado da critica europeia consegue
chegar e atingir a critica americana. Normalmente num filme com
algumas figuras desta industria. Podemos dizer que este e o filme em
que Sorrentino se assume como um realizador de nivel mundial. Depois
da apresentação em Cannes com essencialmente boas criticas pese
embora tenha ficado a zero, o filme tornou-se com um potencial
oscarizavel pese embora tenha vindo a perder alguma força.
Comercialmente, pelo menos nos Estados Unidos onde apenas estreia em
Dezembro não devera dar cartas, mas nunca sera essa a preocupaçao
de um realizador como este.
Observar este filme é
uma mistura de emoçoes, na fase inicial, pouco ligada que nos da
quase nada sobre as personagens, temos um sabor agridoce, se tudo
parece pouco logico e extremamente peculiar, a qualidade estetica com
que o filme pensa cada uma das suas cenas desde o inicio ao fim e um
conjunto de curiosidades so ao alcance de quem quer fazer um filme
marcante acabam por agradar e anestesiar o espetador.
Com o decurso do filme,
mesmo sem perder o lado mais metacognitivo mais eloquente o filme
torna-se mais térreo, ganha narrativamente com isso, pese embora
nunca perca o seu lado mais estranho, que ao mesmo tempo que seduz o
espetador deixa-o sempre algo desconfortavel. Acabando por ser um
filme não para multidoes, desconcertante com momentos de optimo
dialogo, mas acima de tudo que perde com alguma rebeldia narrativa
que o torna um filme para poucos.
Mesmo assim em algumas
virtudes que o filme tem bastante assinalaveis, existe uma que e
particularmente relevante e a beleza do filme, o contexto onde o
filme e realizado, as opçoes por alpes suicos mas não so, a beleza
e arte da forma como cada personagem se movimenta num contexto faz
deste filme mais que uma obra de cinema, uma obra poetica e artistica
recheado de quadros idealizados por alguem cujo sentido estetico
estava bem aprimorado.
A historia fala de dois
artistas que se encontram numa colonia de ferias onde fazem uma
reflexao sobre a vida de ambos mas acima de tudo tentam pensar num
futuro nas condiçoes que agora sofrem. Nestes momentos vao tambem
decidir e resolver alguns conflitos que ainda mantém.
O argumento e rico no
significado que o filme tem, na forma como faz de si um reflexo sobre
uma vida que alguem a determinada altura tera que fazer. Os dialogos
tem momentos epicos, pese embora na generalidade seja algo
adormecido. Narrativamente temos um bom filme que por sua vez nem
sempre acompanha a excelente realizaçao.
E na realizaçao de
Sorrentino que reside toda a força do filme, e o aspeto que eleva o
filme para um patamar forte, a forma como escolhe e estuda cada
sequencia, na forma como mistura estilos sem nunca perder o sentido
de beleza e perfeiçao fazem este trabalho em termos de realizaçao
como um filme singular e marcante.
No cast temos dois
papeis de grande referencia Caine encabeça o filme com um papel
sofredor que desempenha muito a custa da intepretaçao corporal, é
um bom papel embora me pareça exagerado as pre menções para
premios, principalmente num ano onde outros registos já chamaram a
atençao. Keitel e um secundario de luxo como habitualmente é,
fornecendo o lado mais descontraido ao filme. Fonda e Weisz em papeis
mais pequenos tem cenas fortes e nesse caso pode valer alguma menção.
O melhor – A
realizaçao de Sorrentino
O pior – Perder-se
por vezes em divagações narrativas
Avaliação - B
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