Saturday, October 31, 2015

Youth

Existe sempre um momento em que um realizador conceituado da critica europeia consegue chegar e atingir a critica americana. Normalmente num filme com algumas figuras desta industria. Podemos dizer que este e o filme em que Sorrentino se assume como um realizador de nivel mundial. Depois da apresentação em Cannes com essencialmente boas criticas pese embora tenha ficado a zero, o filme tornou-se com um potencial oscarizavel pese embora tenha vindo a perder alguma força. Comercialmente, pelo menos nos Estados Unidos onde apenas estreia em Dezembro não devera dar cartas, mas nunca sera essa a preocupaçao de um realizador como este.
Observar este filme é uma mistura de emoçoes, na fase inicial, pouco ligada que nos da quase nada sobre as personagens, temos um sabor agridoce, se tudo parece pouco logico e extremamente peculiar, a qualidade estetica com que o filme pensa cada uma das suas cenas desde o inicio ao fim e um conjunto de curiosidades so ao alcance de quem quer fazer um filme marcante acabam por agradar e anestesiar o espetador.
Com o decurso do filme, mesmo sem perder o lado mais metacognitivo mais eloquente o filme torna-se mais térreo, ganha narrativamente com isso, pese embora nunca perca o seu lado mais estranho, que ao mesmo tempo que seduz o espetador deixa-o sempre algo desconfortavel. Acabando por ser um filme não para multidoes, desconcertante com momentos de optimo dialogo, mas acima de tudo que perde com alguma rebeldia narrativa que o torna um filme para poucos.
Mesmo assim em algumas virtudes que o filme tem bastante assinalaveis, existe uma que e particularmente relevante e a beleza do filme, o contexto onde o filme e realizado, as opçoes por alpes suicos mas não so, a beleza e arte da forma como cada personagem se movimenta num contexto faz deste filme mais que uma obra de cinema, uma obra poetica e artistica recheado de quadros idealizados por alguem cujo sentido estetico estava bem aprimorado.
A historia fala de dois artistas que se encontram numa colonia de ferias onde fazem uma reflexao sobre a vida de ambos mas acima de tudo tentam pensar num futuro nas condiçoes que agora sofrem. Nestes momentos vao tambem decidir e resolver alguns conflitos que ainda mantém.
O argumento e rico no significado que o filme tem, na forma como faz de si um reflexo sobre uma vida que alguem a determinada altura tera que fazer. Os dialogos tem momentos epicos, pese embora na generalidade seja algo adormecido. Narrativamente temos um bom filme que por sua vez nem sempre acompanha a excelente realizaçao.
E na realizaçao de Sorrentino que reside toda a força do filme, e o aspeto que eleva o filme para um patamar forte, a forma como escolhe e estuda cada sequencia, na forma como mistura estilos sem nunca perder o sentido de beleza e perfeiçao fazem este trabalho em termos de realizaçao como um filme singular e marcante.
No cast temos dois papeis de grande referencia Caine encabeça o filme com um papel sofredor que desempenha muito a custa da intepretaçao corporal, é um bom papel embora me pareça exagerado as pre menções para premios, principalmente num ano onde outros registos já chamaram a atençao. Keitel e um secundario de luxo como habitualmente é, fornecendo o lado mais descontraido ao filme. Fonda e Weisz em papeis mais pequenos tem cenas fortes e nesse caso pode valer alguma menção.


O melhor – A realizaçao de Sorrentino

O pior – Perder-se por vezes em divagações narrativas


Avaliação - B

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