Friday, October 07, 2016

Desierto

O cinema mexicano tem sido prodigo em nos trazer diversos realizadores de qualidade com projetos arriscados. Dai que seja normal surgirem novos nomes, com novas experiencias. Este ano surgiu a estreia como realizador numa longa metragem de Jonas Cuaron o irmão mais novo do conceituado Alfonso. O resultado do filme foi bastante modesto a todos os niveis, se comercialmente para um filme quase não dialogado ate se pode compreender, criticamente o filme deveria ter expetativas mais elevadas que em momento algum as conseguiu cumprir.
Sobre o filme, podemos dizer que já tivemos muitas variantes dos jogos do gato e do rato, algumas mais complexas, mais trabalhadas e outras mais simples. Pois bem este pequeno filme deve ser uma das mais simples que observamos ate ao dia de hoje, nunca sabemos a razao pela qual uma das personagem quer matar as outras, e por outro lado no deserto as armas da sobrevivencia sao escassas. Dai que e facil perceber como um filme como este apenas pode ter menos de uma hora e meia cheia de muito pouco, cheia de pontas abertas que ninguem se da ao trabalho de fechar e pior que isso mesmo em termos sensoriais o filme parece nunca conseguir transmitir o seu real objetivo.
Por tudo isto e facil classificar este filme de limitado em quase todos os niveis, chegamos ao ponto de pensar que estamos num jogo de computador e mesmo este previsivel. Num cinema em ascenção como o mexicano filmes destes parecem claramente escusados pois nem narrativamente nem na abordagem acabam por trazer nada de particularmente novo.
DO lado positivo muito mas mesmo muito pouco. A capacidade de tornar um espaço como um deserto como algo claustrofobico, onde não nos podemos esconder, mas isso e o tipo de sensaçao que interessa num curto espaço de tempo, já que em exagero torna-se repetitivo, o filme parece obviamente demasiado longo mesmo na sua curta duração.
O filme fala de um grupo de mexicanos que tentam entrar ilegalmente nos EUA, que apos a avaria do veiculo que os ia transportar tem de fazer o restante trajecto apeados pelo deserto. Nesse momento encontram um americano na posse de uma arma e um cão que tem como objetivo aniquilar todos os emigrantes.
O argumento e do mais redutor que me lembro de assistir no cinema, não e um filme de explicações, nem de dialogos, e uma cena de luta pela sobrevivencia e nada mais, não temos justificações, motivos nem emoçoes, temos um objetivo e nada mais.
Na realização para um irmão de Cuaron estava a espera de mais originalidade, criatividade e risco, e obvio que se limitar a filmar a imensidao de um deserto pode resultar a espaços mas penso que o filme tem muito pouco a sublinhar tambem neste particular.
No cast temos um duelo entre Dean Morgan e Garcia Bernal, o segundo e sempre mais eficaz, talvez porque a sua personagem tenha menos cliches, mas penso que Dean Morgan torna tudo ainda mais cinzento com os seus cliches.

O melhor – O deserto ser claustrufobico

O pior – O argumento sem ponto de partida


Avaliação - D+

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