Sunday, October 16, 2016

Captain Fantastic

Todos sabemos que os principais candidatos aos premios no final de cada ano, são lançados em cima do acontecimento, mas existe sempre alguns filmes ao longo do ano que acabam por ser bem recebidos de uma forma generalizada e serem considerados long shoots, principalmente no que diz respeito a filmes mais independentes. Um desses filmes em 2016, é este particular Captain Fantastic que conciliou criticas interessantes, principalmente por parte da audiência mais que os especialistas e comercialmente para um filme sem distribução wide podemos dizer que teve resultados consistentes. Podem ser insuficientes para resultar em alguma coisa, mas pelo menos nas listas pode constar.
Sobre o filme, é obvio que o terreno independente dá um espaço a criadores de nos dar filmes diferentes abordagens que nos fogem um pouco da nossa realidade mas que no fim nos faz pensar se tudo tem de ser organizado pelo que a sociedade define. Este é um filme interessante já que de uma forma simples, emocionalmente intensa, nos dá os dois lados do extremismo dos conceitos sociais actuais, nunca perdendo o que une as pessoas ser o lado sentimental. Neste ambito o filme funciona sempre muito mais do ponto de vista emocional e da ternura entre as pessoas do que pela logica das definiçoes de ensino ou mesmo os conflitos.
A forma como o filme está organizado é para ser um filme suave com picos principalmente emotivos, naquilo que de mais natural existe que é a familia, e isso o filme é claramente interessante porque nos dá numa abordagem diferente e creativa uma definição não explicavel e não argumentavel de familia, e nesse particular o filme funciona em particular, pelo lado emocional, sendo que em termos comicos nem sempre o filme seja tão funcional ou equilibrado como no aspecto estetico e emocional.
O problema do filme é que claramente tem muita mágia nos conceitos e construção do desenvolvimento das personagens para fazer um lado funciona, ou seja rapidamente percebemos que nada poderia ser assim dai que o debate que a espaço o filme quer lançar não é equilibrado entre os lados positivos, já que claramente alguns dos positivos estão sobrevalorizados e de que maneira. Também na forma como as personagens acabam por facilmente se adequar à maneira do mundo desenvolvido nos parece demasiado atalhado.
A historia fala de um pai que decide criar os seus seis filhos num contexto de auto suficiência no meio de uma selva, sendo que todos se deslocam a cidade para participar nas cerimonias funebres da matriarca, e que vai fazer com que todos contactem com uma nova realidade.
Em termos de argumento o filme tem a maturidade de não cair na comedia fisica fácil, preferindo o lado mais emocional, sem nunca perder o elemento comico das situações. Mas o lado mais importante do filme é a riqueza das personagens e da forma emocional com que elas se ligam.
Na realização Matt Ross tem uma trabalho interessante, mesmo com uma realizaçao com muitos elementos do cinema independente a espaço e principalmente no guarda roupa das personagens vai tirando alguns coelhos da cartola, num filme que obviamente vale mais pelo argumento que pela realizaçao.
Em termos de cast Mortensen é um dos actores que mais evoluiu nos ultimos anos, pena e que o afastamento do cinema mais comercial nem sempre permita a visibilidade das suas construções ou a sua aceitação pela maioria. Aqui e mesmo sem a disponibilidade fisica de outros filmes tem muito do que faz dele um bom actor, irreverência e intensidade emocional, bem auxiliado por George Mcckay que tem um bom ano quer na televisao quer no cinema, com uma boa prestação, sendo a cabeça e o lado mais visivel dos interpretes mais novos.

O melhor – A riqueza emocional de um filme que nos tira muitas vezes o lado racional.

O pior – Claramente existir demasiada boa vontade na forma como o método naturista resulta e isso tira algum realismo à mensagem


Avaliação - B

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