Esta na moda de algumas
produtoras apostar em filmes que mais que biopics são homenagens a
alguns elementos mais iconicos e com vidas unicas da musica do seculo
XX. Dai que mesmo antes da sua morte seja com naturalidade que surgiu
o biopic a uma figura como Brian Wilson, fundador dos Beach Boys. Os
resultados comerciais e criticos ficaram bem à frente daquilo que
seria o expectavel para um filme de pequeno estudio, e alguns apontam
o filme como tendo algumas hipoteses na luta pelos premios que ira
ocorrer para o final do ano.
Não e facil fazer um
biopic de um musico com o expoente maximo de creatividade, ou com
grande ritmo, pois a sua obra tem que estar presente, e ocupar parte
importante do filme. Contudo alguns tem conseguido na abordagem ser
mais ou menos artistico. Aqui temos um filme com o defeito de uma
falta de ritmo clara, com uma abordagem muito pausada a historia, e
também, mesmo tendo a historia sido fraccionada em dois momentos
distintas e insuficiente para tornar uma boa historia de vida numa
obra prima, ou este filme, num caso claro de grande creatividade.
Contudo se neste ponto,
muito importante o filme não chama a si grandes meritos, tem nas
interpretaçoes, centrais principalmente na construçao de Dano, algo
de filme de excelencia, alias esses momentos de um Wilson mais novos,
ganham claramente a segunda fase da sua vida, muito pela intensidade
que o seu protagonista da a cada momento, e por o filme neste mesmo
periodo ser mais solto, mais capaz de dar mais do genio e isso ser
claro para qualquer pessoa que ve o filme.
Contudo e tendo em
conta as boas avaliaçoes generalizadas do filme, que este fosse mais
imponente mais surpreendente, parece sempre um bocadinho logico,
claro, tudo o que o protagonista na sua vida nunca foi. Parece
receoso de arriscar nas reaçoes de Wilson, tornando o filme demasido
linear, com o mesmo tom. Percebemos que temos um genio mas fica a
ideia que mais que tudo tinhamos um ingenuo. Penso que coloca de
parte o lado mais louco de um personagem e a sua chegada ate ao
segundo momento e isso e um grave lapso para o entendimento geral de
tudo que o filme nos da.
A historia segue a vida
em dois segmentos de Wilson, desde logo o mesmo a iniciar o contacto
com o seu disturbio mental e a forma como isso influenciou o seu
processo creativo e dos Beach Boys e por outro lado a forma como este
e posteriormente domado por um psicologo e o crescimento de uma
paixao que o vai ajudar na recuperação.
O argumento tem bons
momentos na forma como pega nos problemas das personagens para
salientar o lado bom que cada um trouxe na sua vida e na sua
carreira. Tem uma forma clara de dar o filme a personagem bem
desenvolvida e caracterizada. Poderia dar mais destaque e
profundidade e alguns secundarios, mas opta por dar o filme a Wilson.
Na realizaçao temos um
estreante que por diversas vezes foi produtor em alguns dos maiores
sucessos dos ultimos anos. Tem uma realiaçao que quer ser realista,
temporalmente preocupada mais do que com sentido estetico. Mas para
um realizador nos primeiros passos nesta tarefa o resultado e
positivo.
No cast a opçao de
Dano preenche o filme, nos momentos em que assume o papel, temos um
espetaculo de actuaçao, ao nivel daquele que já sublinhei aqui e um
dos actores mais completos, brilhantes e intensos da sua geração.
Cusack percebe que não consegue ser tao imponente e tem um registo
mais apagado, de um actor em baixo de forma que me parece ter tido um
projecto maior que ele atualmente. Na segunda parte temos mais brilho
dos secundarios, principalmente de um Giamatti com a melhor pretaçao
suas dos ultimos cinco anos.
O melhor – Paul Dano.
O pior – O filme
desistir de uma fase importante da doença do artista
Avaliação - C+
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