Sunday, September 06, 2015

Love & Mercy

Esta na moda de algumas produtoras apostar em filmes que mais que biopics são homenagens a alguns elementos mais iconicos e com vidas unicas da musica do seculo XX. Dai que mesmo antes da sua morte seja com naturalidade que surgiu o biopic a uma figura como Brian Wilson, fundador dos Beach Boys. Os resultados comerciais e criticos ficaram bem à frente daquilo que seria o expectavel para um filme de pequeno estudio, e alguns apontam o filme como tendo algumas hipoteses na luta pelos premios que ira ocorrer para o final do ano.
Não e facil fazer um biopic de um musico com o expoente maximo de creatividade, ou com grande ritmo, pois a sua obra tem que estar presente, e ocupar parte importante do filme. Contudo alguns tem conseguido na abordagem ser mais ou menos artistico. Aqui temos um filme com o defeito de uma falta de ritmo clara, com uma abordagem muito pausada a historia, e também, mesmo tendo a historia sido fraccionada em dois momentos distintas e insuficiente para tornar uma boa historia de vida numa obra prima, ou este filme, num caso claro de grande creatividade.
Contudo se neste ponto, muito importante o filme não chama a si grandes meritos, tem nas interpretaçoes, centrais principalmente na construçao de Dano, algo de filme de excelencia, alias esses momentos de um Wilson mais novos, ganham claramente a segunda fase da sua vida, muito pela intensidade que o seu protagonista da a cada momento, e por o filme neste mesmo periodo ser mais solto, mais capaz de dar mais do genio e isso ser claro para qualquer pessoa que ve o filme.
Contudo e tendo em conta as boas avaliaçoes generalizadas do filme, que este fosse mais imponente mais surpreendente, parece sempre um bocadinho logico, claro, tudo o que o protagonista na sua vida nunca foi. Parece receoso de arriscar nas reaçoes de Wilson, tornando o filme demasido linear, com o mesmo tom. Percebemos que temos um genio mas fica a ideia que mais que tudo tinhamos um ingenuo. Penso que coloca de parte o lado mais louco de um personagem e a sua chegada ate ao segundo momento e isso e um grave lapso para o entendimento geral de tudo que o filme nos da.
A historia segue a vida em dois segmentos de Wilson, desde logo o mesmo a iniciar o contacto com o seu disturbio mental e a forma como isso influenciou o seu processo creativo e dos Beach Boys e por outro lado a forma como este e posteriormente domado por um psicologo e o crescimento de uma paixao que o vai ajudar na recuperação.
O argumento tem bons momentos na forma como pega nos problemas das personagens para salientar o lado bom que cada um trouxe na sua vida e na sua carreira. Tem uma forma clara de dar o filme a personagem bem desenvolvida e caracterizada. Poderia dar mais destaque e profundidade e alguns secundarios, mas opta por dar o filme a Wilson.
Na realizaçao temos um estreante que por diversas vezes foi produtor em alguns dos maiores sucessos dos ultimos anos. Tem uma realiaçao que quer ser realista, temporalmente preocupada mais do que com sentido estetico. Mas para um realizador nos primeiros passos nesta tarefa o resultado e positivo.
No cast a opçao de Dano preenche o filme, nos momentos em que assume o papel, temos um espetaculo de actuaçao, ao nivel daquele que já sublinhei aqui e um dos actores mais completos, brilhantes e intensos da sua geração. Cusack percebe que não consegue ser tao imponente e tem um registo mais apagado, de um actor em baixo de forma que me parece ter tido um projecto maior que ele atualmente. Na segunda parte temos mais brilho dos secundarios, principalmente de um Giamatti com a melhor pretaçao suas dos ultimos cinco anos.

O melhor – Paul Dano.

O pior – O filme desistir de uma fase importante da doença do artista


Avaliação - C+

No comments: