A capacidade de duração da carreira de um actor, depende da capacidade deste se reinventar em cada fase da sua vida. Richard Gere nunca teve esta tarefa muito facil, ja que nunca foi um menino bonito da critica, e a sua versatilidade nunca foi comprovada. Contudo aos poucos e em filmes independentes alguns dos seus melhores papeis tem surgido nos ultimos anos, em filmes menos comerciais. O ano passado num dos filmes mais controversos em termos de opiniao critica, Gere regressou como sem abrigo. PEse embora alguma divergencia critica este filme foi do gosto da maioria da critica, saindo vitorioso num premio singular em Toronto. Comercialmente e um filme com menos argumentos dai que a estreia tenha sido atrasada e sem grande alarido.
Time Out os Mind, e um filme desesperante, é facil não gostar do filme, de o abandonar passado 30 minutos, em que quase não temos dialogo e temos um homem a passear sozinho pela rua perdido. Alias pensamos mesmo que este é o adjectivo que melhor serve para avaliar a primeira hora do filme, ou seja um filme perdido, em busca de rumo para se orientar. E acaba por ser num defeito claro que o filme tem a sua maior virtude na forma como esta opçao espelha mais que tudo a vida e o momento daquela personagem. Mais do que qualquer coisa o filme quer passar e fazer sentir o espetador o desespero de um sem abrigo, e acaba por ser um filme com essa capacidade.
Claro que não e um objecto muito creativo, ou com grande intensidade, alias raramente ouvimos ou conhecemos o que vimos, parece mais um documentario naturalista de uma forma de vida, e é nesse realismo que o filme ganha algumas das suas virtudes e do seu impacto. E daqueles filmes que gostamos bem mais do que ele significa do que o que vimos, já que durante o filme varias sao as vezes em que pensamos em abandonar o mesmo.
Mesmo assim pensamos que a determinada altura numa segunda fase o filme acaba por ser algo simples de mais, tem pouca ambiçao, o que poderá de alguma forma não ser um filme com charme para o espetador. Será sempre um filme que considaremos com algum impacto mas nunca um filme que seja um marco para qualquer seu espetador
O filme segue um sem abrigo, sem grande ligaçao a nada, sem qualquer documento e a forma como este tenta sobreviver dentro das possibilidades para alguem naquela condiçao. Entretanto tenta reativar a relaçao com uma filha tambem residente na mesma grande cidade.
O argumento e limitado, propositadamente da pouco direito de antena quer as personagens quer ao dialogo, basicamente espera que seja o contexto a abranger a personagem e mesmo o espetador. Ou seja parece-nos um filme extremamente redutor na forma como abrange.
Na realizaçao pensamos que a capacidade de extremar o impacto dos filmes e algo que e conseguido num realizador de mensagens. nao sendo um prodigio estetico e sem duvida um realizador com capacidade de transmitir uma mensagem muitas fezes de uma forma mais dolorosa para o espetador.
Nao sei se Gere e o actor ideal para o filme, parece-me lavadinho e sereno demais, nem sempre tem a capacidade para descer tao fundo como o filme necessita, mesmo assim tem muito mais força nos papeis do que propriamente tinha há cerca de dez anos atrás. Esta em crescendo pese embora me pareça que o papel e maior do que a sua capacidade como actor.
O melhor - A capacidade do filme dar ao espetador a sensação que vive o protagonista
O pior - A falta de vida do filme em grande parte da sua duração, mesmo que de forma estudada.
Avaliação - C+
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