Todos os anos os grandes festivais europeus, são prodigos em grandes surpresas mas tambem em algumas desilusoes. O ano passado em Berlim este filme que marcava a estreia internacional de Claudia Llosa foi um dos participantes mas desde cedo se percebeu que o passo tinha sido maior do que a perna, com avaliações criticas essencialmente negativas. Fora da corrida pelos premios o filme acabou por estrear agora no silencio como mais um em poucas salas selecionadas e com resultados comerciais praticamente inexistentes.
Sobre o filme, muitas vezes os cineastas exprimentalistas tem um problema grande que e o ritmo, que nao deixarem os filmes morrerem na sua eloquencia, e aqui o filme nao demora mais de dez minutos a perder toda a sua garra. E o problema esta na forma como o filme se apresenta, com poucos sons, quase sempre um silencio onde as persoanagens parecem desconfortaveis e mesmo a divisao da historia em dois segmentos temporais custa em ser apresentada e isso retira alguma eficacia ao seu resultado final.
Certo e que podemos dizer que estamos perante um filme emotivo, principalmente no conflito central, nas razoes do mesmo, e na junçao final, mas esta emotividade e força do filme baseia-se muito mais na capacidade interpretativa dos seus executantes do que na propria narrativa ou mesmo execucao da realizaçao.
Mesmo assim para um filme que estreia e compete num grande festival este e uma tremenda desilusao, um estilo de cinema ultrapassado a base de pouco movimento e quase sempre preso a riqueza das personagens mas mesmo essas quando ficam sozinhas e dependentes de uma historia tendem a nao conseguir levar o filme para outros patamares.
A historia fala de um mulher que abandona o filho na infancia e alguns anos depois, ao tornar-se uma figura conhecida reune-se com este no ambito de um trabalho jornalistico que vai por a nu o ressentimento e o conflito latente entre ambos.
O argumento e curto, principalmente porque nao trabalha nos dialogos e isso faz com que as proprias personagens fiquem demasiado limitadas, a culpa de tudo isso acaba por ser de um cinema mais de realizador do que de escrita e isso podemos dizer nao e sempre uma boa escolha.
Llosa tem uma realizaçao cinzenta que parece escolha para encaixar no espirito do filme, mas aqui parece-nos obvio que o filme se torna quase invisivel porque a historia nao da brilho e a realizaçao quer sempre dar o lado mais melancolico. parece quase sempre estar demasiado em cima dos seus actores.
O melhor do filme e o cast Connely e uma actriz de topo, numa fase menos conseguida da carreira muito por culpa das escolhas de filmes do que pela sua capacidade, Robert parece valer mais do que os filmes que vem mostrando, e Murphy e o complemento masculino a todos. E claramente o valor do filme.
O melhor - O cast
O pior - A falta de ritmo desde o primeiro minuto
Avaliação - D+
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