Sempre fui adepto do cinema de risco, nas abordagens originais e de peso sobre o mundo que nos rodeia, e nesse prisma achei The Big Short uma obra de referencia nos ultimos anos, dai que a expetativa em torno de Vice era igual. QUando li as primeiras criticas completamente posicionadas em polos opostos, percebi que tentar fazer o mesmo na politica ainda era mais arriscado pelas emoçoes associadas as convicções de cada um, dai que a disparidade critica foi para mim inevitavel e a forma como isso acabou por tirar fulgor comercial ao filme.
SObre o filme posso dizer, que Mckay fez outra vez, ou seja pegou num tema, neste caso numa pessoa e nas consequencias das suas ações e fez uma especie de biopic, artistico, incorreto, muitas vez absurdo mas com uma irreverencia e um sentido de arte que deve ser inaltecido, porque contar uma historia e uma coisa, artilhar essa historia num surpreendente filme, com lados de argumento de completo brilhantismo e originalidade é outra e Mckay faz neste filme isso outra vez, como poucos conseguem fazer.
O filme começa com um ritmo mais lento, quase descritivo do percurso de Cheeney sobre a carreira politica do mesmo sem entrar na personagem, algo que sinceramente me parece que o filme nunca o quer fazer. Na segunda parte o filme entra no registo de arte, com diversas sequencias de um brilhantismo tecnico e argumentativo de primeira linha, sempre sustentado em interpretaçoes brilhantes associadas a uma maquilhagem de ponta.
Para quem viva a politica americana sera sempre um filme dificil de aceitar, para quem desconhece a politica americana sera um filme dificil de perceber, principalmente a sua irreverencia. Para quem quer conhecer o filme acaba por ser uma obra artistica de primeira linha, que nos da mais de duas horas de uma abordagem completamente diferente de tudo o que ja conhecemos.
Em termos de argumento o filme fala.nos de Dick Cheeney, ex vice presidente de George Bush, desde o momento em que era um aluno mediocre ate se ter tornado no mais poderoso vice presidente dos EUA.
EM termos de argumento McKay pela irreverencia e originalidade da forma como aborda as situações e completamente brilhante. Nao e uma historia diferente, e uma narrativa de feitos, mas a forma como nos detalhes o filme se distancia do que conseguimos ver com critica, e satira acaba por levar este argumento para a primeira linha dos argumentos este ano.
Na realizaçao McKay esta a conquistar um lugar dificil, polemico mas de valor indiscutivel, a forma como os seus filmes sao abordagens proprias e diferentes de tudo o que vemos. A forma como consegue manter as suas bases da comedia e junta-lhe uma capacidade de fazer montagens com significado muito intenso, tornam-o numa referencia e um realizador a seguir.
No cast o filme é do primeiro ao ultimo minuto um festival de Bale, muito ajudado pela mutaçao fisiologica que vai ocorrendo, parece-me claro que Bale tem aqui uma interpretaçao inpressionante, pela forma como se retira completamente do ecra dando lugar a um boneco perfeito de Cheeney. Adams tambem me parece num nivel muito interessante, e um Rockwell surpreendentemente parecido com um Bush que encaixa no seu lado descontraido. O pior so mesmo a voz de Carrel.
O melhor - A forma orignal e arriscada com que o filme aborda o seu biopic
O pior - A voz de Carrel
AValiação - A-
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