Asghar Farhadi é dos poucos realizadores que num curto espaço de tempo por duas ocasiões saiu vitorioso no oscar para melhor filme estrangeiro, tendo-se tornado imediatamente uma figura do cinema mundial. Estranho é que em vez de ter optado pela chegada a Hollywood tenha seguido a carreira numa produçao espanhola com as duas estrelas maiores deste pais. O filme que estreou o Festival de Cannes de 2018, conseguiu boas avaliaçoes mas longe da unanimidade que outros filmes do realizador irniano ja conseguiram o que acabou por destruir a hipotese de termos este filme na luta pelos premios. Tambem comercialmente nos EUA o filme ao ser adiada a sua estreia para Janeiro acabou por ser um desastre completo.
Sobre o filme podemos dizer que é um daqueles filmes que faz quase tudo bem e que no final acaba por desprediçar tudo o que de bom criou e que poderia tornar um filme muito bom, numa obra mediana. O filme e muito interessante na criaçao de dinamicas de cidades pequenas, na quimica e interaçao de personagens, na forma como consegue captar a essencia de comunidades pequenas, num local proximo e recatado. O filme neste ponto trabalha com mestria percebendo que o acessorio de alguns momentos acaba por ser o essencial no espirito que o filme quer ter.
Mesmo no desenvolvimento da intriga o filme e inteligente, nas duvidas que vai causando e no espectro aberto que deixa relativamente ao que está por tras do desaparecimento de uma jovem. O filme consegue nos criar a duvida relativamente a todas as personagens e sobre as motivações e isso faz com que o filme vá crescento no impacto emocional e na forma como as personagens se vao destruturando com o adensar do tempo.
O problema é o final, para uma historia tão bem montada fica a ideia que qualquer espetador teria um desfecho mais interessante, de mais impacto e que terminasse bem melhor este filme. Parece que o filme quer surpreender e acaba por perder força no metodo que escolhe para se finalizar, fica a ideia de que o filme merecia ujm final bem melhor trabalhado. Sendo a perspetiva final a que levamos do filme sem duvida merecia o espetador e o filme um final bem melhor.
A historia fala de uma emigrante espanhola na argentina, que regressa a sua aldeia natal com os filhos de forma a estar no casamento da sua irma, contudo no dia da boda a sua filha é raptada o que vai despoletar o desvendar de diversos segredos do seu passado.
Em termos de argumento não sendo um filme particularmente diferente, funciona na forma com que as personagens se ligam e são diferentes entre elas. A forma como todos tem uma forma distinta de analisar a resoluçao do problema e muito interessante, pena é que a conclusao do filme nao tenha o nivel de todo o restante.
Farhadi e um realizador do mundo, e poucos como ele conseguem capatar a essencia do contexto social dos seus filmes, Nao sendo um realizador espanhol a forma como consegue captar nas imagens a essencia de aldeias pequenas em que todas as pessoas se conhecem e brilhante e demonstra bem a capacidade deste realizador do mundo.
No cast o filme tem duas interpretaçoes de primeira linha e intensas de Cruz e Bardem. Este casal e um poço de qualidade e intensidade e acima de tudo funcionam muito bem juntos. Fica a ideia que poucos conseguem ter a versatilidade e a força que Bardem da aos seus papeis.
O melhor - A forma como capta tão bem a essencia da populaçao de aldeias pequenas
O pior - O final
Avaliação - B-
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