Tuesday, October 31, 2017

Manifesto

Em 2015 Julien Rosenfeld surpreendeu o mundo do cinema com este particular filme, recheado de monologos de personagens todas elas interpretadas por Cate Blanchet. Apresentado em alguns festivais mais independentes o resultado critico do filme acabou por ser na generalidade positivo, principalmente pela audácia de um filme a todos os niveis diferente. No que diz respeito ao desempenho comercial, algo que de imediato percebemos ser distante dos objetivos do filme os resultados foram curtissimos num filme que apenas conseguiu estrear-se dois anos depois.
SObre o filme eu confesso que não sou fá de exercicios de criativadade tão vagos e tão pouco objetivos na sua linhagem narrativa. Aqui temos mais uma dissertação escrita, que funcionaria bem em livro ou mesmo em peça de teatro mas não me parece ser o tipo de cinema poético de pouco ritmado que neste momento necessitamos. PEse embora este desacordo com o estilo e com a forma em si, existe dois pontos que é inegavel a qualidade do filme, o primeiro na qualidade das imagens e na força das mesmas, mesmo que na maior parte das vezes com um contexto estranho, e a mensagem de um filme que fala sobre o estado das coisas.
Mas e obvio que não é um filme fácil, e rapidamente desligamos dele, primeiro porque mesmo em termos escritos é demasiado metacognitivo, nem sempre é direto e assertivo nos seus procedimentos morais, e por outro lado o excesso de sequencias com personagens diferentes acabam por tornar o filme mais difuso, pese embora seja facilmente percetivel que se trata de uma tentativa que o filme ganhe algum ritmo, o que quase nao consegue.
Ou seja um filme completamente diferente de tudo o que foi feito, uma obra exprimental, sem grandes preocupaçoes de funcionar junto do grande publico. Um excelente exercicio para uma actriz de primeira linha, e imagens bonitas mas cuja cola de toda ela é na maior parte das vezes demasiado artistico para o entendimento do comum mortal, e na minha opinião isso cai num egocentrismo arrogante que o cinema deveria evitar.
A historia fala de diversas personages que nos vao apresentando monologos sobre diversos pontos do nosso planeta dos dias de hoje, e as preocupações, ou seja uma manifesto politico por imagens.
E dificil perceber se este filme tem realmente um argumento, se olharmos para o argumento na base de uma intriga é obvio que o filme é desprovido desta parte, ja que apenas temos uma dissertação continua sobre o estado das coisas ao longo de diversas personagens.
Na realizaçao, o trabalho tem sentido estetico e de imagens fortes, pena é que o filme seja demasiado estranho para fazer imperar o resultado global do realizador, que nos parece mais focado em fazer um filme para ele do que para os outros.
Este tipo de papeis e o sonho de qualquer actor e que poderia servir de portfolio para os mesmos, é obvio que Blanchet nao necessita desta apresentação, mas parece-me que se trata de um bom desempenho, rico em alteraçoes fisicas de uma actriz com dimensao para arriscar em filmes como este.

O melhor - ALgumas imgens soltas e Blanchet

O pior - Ainda existir muitos realizadores que se preocupam mais em ser diferentes do que artistas

Avaliação - C-

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