Durante determinada
altura de 2015, e na altura em que este filme foi exibido em alguns
festivais, alguns especialistas na analise de concorrentes a premios
consideraram Don Cheadle como um possivel candidato ao Oscar de
melhor actor nesta interpretaçao de Miles Davis, num filme pessoal
do actor que para alem desta tarefa tem muitas outras. Estranhamente
o filme ficou adiado para meados de 2016 perdendo a oportunidade dos
premios, talvez porque a critica não foi assim tao positiva para com
o filme, pese embora as avaliaçoes sejam essencialmente positivas.
Comercialmente tendo em conta a pouca expansao do filme podemos dizer
que os resultados sao consistentes, mas Miles Davis e sempre uma
figura no minimo unica do jazz.
Sobre o filme, desde
logo podemos dizer que é um filme arriscado e politicamente
incorreto, e um biopic que não sega a estrutura e rigida habitual,
basicamente temos dois pontos da vida do autor que jogam em paralelo
com alguma mestria do realizador. Por um lado a sua ausencia e por
outro a sua vida amorosa. Pese embora esta escolha tenha risco e tem
detalhes de boa realizaçao penso que muito da vida de Milles Davis
se perde principalmente quando o filme se quer transformar num
pequeno filme de gato e rato.
A introduçao de
personagens inexistentes ou ser um filme de ações não existentes
de alguem que existiu parece original no inicio mas parece-me nem
sempre funcionar no filme, por um lado porque o filme mesmo com curta
duraçao e limitado no tempo e no espaço não ganha grande ritmo e
por outro lado a presença sempre constante do trompete parece sempre
mais uma homenagem do que propriamente um biopic, já que quem não
conheceu muito da trajetoria do musico aqui so fica a conhecer a
personalidade.
Mas mesmo assim merito
para uma abordagem diferente, que mesmo não funcionando na plenitude
tem marca de autor. Num filme que em todas as vertentes e marcado por
alto e baixos em diferentes aspetos. Parece-me obvio que e um filme
muito pequeno para ambicionar premios, sendo mais um biopic de um
musico algo que alias cada vez mais e o prato do dia do cinema
americano.
O filme fala de dois
momentos diferentes de Miles Davis o interregno de cinco anos e a
forma como e pressionado pelo estudio para o seu regresso, enquanto
perde todo o seu material gravado numa estranha relaçao com um
peculiar jornalista, e por outro lado a sua relaçao intensa com a
mulher com altos e baixos sucessivos.
Em termos de argumento
mais que um filme de factos e um filme de prespetiva, e parece-me
algo redutor fazer um filme quase sem a primeira vertente, pois
parece que algo é descontextualizado, parece mais ficção e menos
personagem. Mesmo sendo original não me parece de todo obvio que as
coisas funcionam.
Cheadle tem bons
apontamentos de realizaçao, principalmente quando arrisca mais, a
questao da banda sonora e a verdadeira homenagem e tem bons momentos
como as fotografias como timeline. Para estreia podemos dizer que
temos apontamentos que podem querer dizer futuro do actor como
realizador.
No cast todo o filme e
dominado por um cheadle de altissimo nivel, e o melhor do filme a
forma como entra na personagem e como a preenche em cada momento.
Pouco encontramos do autor e muito do musico, talvez podesse ter sido
um bom concorrente na corrida aos oscars do ano passado, este ano
parece muito frontrunner para ter sucesso.
O melhor – Don
Cheadle o actor
O pior – Mesmo com a
abordagem a ser diferente as coisas nunca funcionam totalmente
Avaliação - C+
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