Se existe algo que nos últimos anos tem desaparecido do cinema são filmes românticos, com excepção da subvenção Nicholas Sparks que todos os anos pelo dia dos namorados nos trás um filme igual a tantos outros. Este ambicioso filme inglês lançou-se no meio dos tubarões e podemos dizer com algum sucesso comercial, principalmente tendo em conta o dinheiro investido e rentabilizado. Em termos críticos as coisas foram mais medianas, sublinhando que ainda não foi desta que um filme declaradamente romântico conseguiu chamar a si os louros de uma critica rigorosa.
Sobre o filme podemos desde logo dizer que o contexto do mesmo tem claramente a influencia de Sparks, na tragédia a unir, e principalmente na força do amor nas dificuldades, o que diferencia o filme e que lhe da um toque de qualidade é a forma simples, e quase satírica com que caracteriza personagens no seu exagero, como consegue ser engraçado quando o quer ser, mas também triste, numa montanha russas de emoções que o filme consegue ter, e dar impacto muito relacionado com a forma como as duas personagens centrais encaixam uma na outra.
Não entra no positivismo bacoco de muitos outros filmes românticos, todas as personagens sabem os seus pontos fortes e debilidades e acima de tudo nunca coloca de lado que sem circunstancia o casal nunca existiria, e mais que isso nunca refere que o amor vence tudo. Este realismo do filme permite que o impacto dramático do filme o distinga da maior parte dos filmes do género, acompanhado por um sentido de humor próprio, que não sendo exagerado consegue contrapor o lado mais intenso e dramático do filme.
O resultado e um filme interessante, que mesmo recorrendo a muitos dos cliches do cinema romântico de baixa qualidade, tem nos detalhes muito de que o impulsiona para outro nível, a necessária química entre protagonistas, a intensidade do drama e a leveza da comédia, um óptimo contexto e uma mensagem que todos somos incapazes de ficar indiferente. Não será um filme romântico para a eternidade mas é sem duvida até ao momento o filme romântico do ano.
A historia fala de uma jovem da província inglesa que para contrapor as dificuldades financeiras da família, aceita tomar conta de um jovem rico, que vitima de um acidente ficou tetraplegico iniciando com este uma relação de alguma proximidade.
Em termos de argumento temos um filme que não trazendo na forma geral nada de particularmente novo, consegue nos detalhes cumprir os objectivos de um filme romântico. personagens bem montadas, e bem conjugadas, secundários com objectivos definidos e acima de tudo uma capacidade de dar impacto emocional ao filme de claro registo.
Na realização temos um claro toque feminino que da ao filme um carácter estético muito interessante, óptima escolha do local, realizado e filmado como complemento estético a todo o filme, excelente caracterização e guarda roupa da protagonista, dando cor a um filme com muitos motivos para ser negro. E nos pormenores que o filme funciona e nos de realização também.
Em termos de cast, Clark e uma das figuras mais mediáticas da actualidade devido a Game of Thrones, mas neste filme demonstra ser versátil, funcionar em acção e drama romântico, ainda demonstra alguma dificuldade nas sequências mais exigentes do ponto de vista dramático mas parece-me obviamente que o mais importante está, o carisma. Claflin não sendo um actor de topo, parece-me vocacionado para este tipo de filme, tem versatilidade entre um lado mais cómico
e intensidade para o drama, e a alguma falta de carisma neste filme é ultrapassado pelo duo.
O melhor - A forma como o filme consegue nos detalhes potenciar o seu significado
O pior - E uma historia de amor na base igual a muitas outras
Avaliação - B
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment