Friday, July 29, 2016

Born To Be Blue

Este é claramente o ano dos trompetistas de Jazz em termos de biografias de cinema, depois de Miles Davis ter tido o seu filme, e mais ou menos pelo mesmo periodo surgiu este Born to be Blue apostado em contar um parcela da vida de Chet Baker. Os resultados criticos foram parecidos com boas avaliações sem no entanto nunca entusiasmar, já em termos comerciais ficou um bocadinho aquem do seu concorrente direto não conseguindo chegar ao milhão nos EUA.
Sobre o filme eu confesso que não será facil adaptar a vida de um musico ao cinema, principalmente fazendo um filme ritmado, ou uma abordagem diferente, mas penso que as abordagens tem sido algo descoloridas, ou determinadas para fases da vida muito concretas ou optando por um paralelismo que torna tudo muito confuso, e que não permite que muitas vezes os factos descritos o sejam feitos de uma forma clara. Neste caso penso que o problema esta no segundo. A forma como a linhagem temporal corre, a forma com o paralelismo do filme da sua vida, acabam por confundir e não permitir uma linha condutora obvia, algo que poderia ser uma marca de agua e elemento diferenciador no filme mas que acaba apenas por o tornar mais estranho e peculiar.
Mesmo assim bons momentos na forma como consegue criar uma boa dinamica amorosa entre as personagens, a forma como consegue conduzir a personagem ao limite, e a forma como ele segue a sua musica. A forma como retrata que mesmo uma vida de talento pode ter altos e baixos. Do lado negativo centra-se apenas numa fase da vida do musico, o que pode deixar muitos outros aspetos principalmente a sua estranha morte de lado.
Mesmo assim estes filmes servem como homenagens pura e duras a musicos que marcaram a historia mas com o tempo deixam de ser tão falados. Certo é que a atenção nestes filmes tem sido cada vez menor, mesmo quando os filmes acabam por funcionar na critica. Parece que a forma como a musica pauta cada momento da historia acaba tambem por ser funcional no filme.
A historia fala do lado mais negro da vida de Chet, com problemas de droga, apos ser agredido e ter que refazer a carreira, sente dificuldades em retomar o sucesso, e a unica ancora que vai ter para voltar ao estrelato e a sua relaçao.
Em termos de argumento o filme perde demasiado na opção do paralelismo narrativo, não funciona, não trás impacto. Neste caso parece-nos que funciona bem apenas a ligaçao filme musica, e a forma como consegue caracterizar as personagens e principalmente as dinamicas do casal.
Em termos de realiação Budreau e um realizador praticamente desconhecido do grande publico pese embora não seja novo, tem aqui talvez o seu trabalho mais visivel, com altos e baixos, a diferenciaçao dos paralelismos com o uso tradicional da cor e preto e branco, mas por outro lado parece sempre ter uma camera demasiado irrequieta sem o sentido ser claro de tal opçao.
Em termos de cast, um papel que poderia ser interessante para Hawke, não me convence, o actor fica preso demasiado a alguns tiques comuns e temos mais actor do que personagem, melhor claramente Ejogo uma das novas figuras do cinema actual, com um empenho intenso e carismatico, se o casal funciona deve muito a interpretação desta actriz.

O melhor – Uma Ejogo cada vez mais intensa

O pior – O paralelismo narrativo sem utilidade


Avaliação - C+

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