Sebastian Lelio é um realizador chileno que chamou a atenção do seu cinema no aclamado The Perfect Woman, que acabou por o conduzir ate aos EUA, onde tem tentado manter o seu estilo de captaçao de imagens, em filme intensos, que tem sido bem recebidos pela critica, embora longe do entusiasmo do filme que o deu a conhecer. Este ano apresentado em alguns festivais e sendo mais uma das apostas da Netflix para a temporada de premios surgiu este The Wonder, que ate foi bem recebido criticamente com avaliações positivas, mas comercialmente desvaneceu-se entre outras propostas colocando-o quase fora de qualquer corrida.
Sobre o filme podemos dizer que o mesmo começa bem, num estudio atual, e numa dissertação sobre historias e a forma como acreditamos nelas, contudo esta originalidade de abordagem, vai-se esbatendo quando entra a intriga central num filme de epoca numa cidade pequena, com muitas crenças. O filme vai sempre jogando com o lado da realidade e das crenças, conseguindo sempre que esse balanço seja assinalavel, contudo o curtissimo ritmo do filme acaba por o fazer adormecer retirando do impacto que o filme acaba por ter nas suas escolhas.
E um filme de contexto, vai escolhendo as suas personagens algo lentamente, e algumas das quais ficam por explicar, o filme quer criar o conflito entre a personagem central e a comunidade, embora de uma forma que me pareça algo lentificada. Quando fica a ideia que o filme ter de acelerar, o mesmo nem sempre o faz, tornando-se algo repetitivo para a conclusão final, ficando a clara ideia que o filme deveria ter preenchido melhor o espaço ate aquele fim.
Por tudo isto The Wonder e mais competente do que brilhante. E um filme que tem um argumento melhor do que acaba por ser. FIca tambem a ideia que a originalidade do seu prologo e epilogo acaba por ser algo inoquo para o resultado final que nos trás e nem sempre percebemos bem o porque disso.
A historia segue uma enfermeira numa pequena cidade irlandesa, que vai observar uma jovem que alimenta a crença que podera ter poder divino ao sobreviver meses sem comer, contudo aquilo que vai sendo analisado e diferente daquilo que todos queriam que fosse a realidade.
No argumento o filme tem uma historia interessante, que analisando o seu esqueleto, acaba por ser impactante, interessante e mesmo com a capacidade de fazer pensar. Contudo o ritmo pausado e alguma forma como deixa de lado alguns personagens acabam por nao permitir que o filme tenha o seu impacto completo.
Lelio e um realizador a ganhar espaço, consegue criar uma pressao psicologica permanente nas suas imagens, mesmo quando o filme se calhar pedia outro registo. Ainda nao acentou o seu local em Hollywood embora me pareça um trajeto competente.
O cast da a Pugh o protagonismo num momento em que a atriz esta em todo o lado. Nao e a sua interpretaçao mais imponente mas fica bem no registo. Ao seu lado Burke também cumpre, embora seja a jovem Kila Lord Cassidy que tem mais em si o peso do filme, o que ela respeita mesmo perante a sua juventude e alguma inexperiencia.
O melhor - O inicio e o fim do filme
O pior - O filme perder ritmo muito rapidamente
AValiação - C+
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