Thursday, December 29, 2022

The Eternal Daughter

 Existem atores que definem muitas vezes a sua carreira pelo risco de quase patrocinarem as abordagens exprimentalistas de alguns criadores. Tilda Swinton aceitou o repto de Joanna Hogg para protagonizar nos dois vertices este indepedente e intimista filme. Apresentado em alguns festivais como Veneza o filme obteve boas criticas principalmente do lado mais exprimentalista dos criticos. Comercialmente é claramente um filme de minorias com resultados quase inexistentes.

Eu confesso que gosto de risco, e de algumas abordagens independentes que o cinema de autor permite, mas quando as historias terminam em filmes quase impercetíveis, e monocórdicos extremamente dependentes de uma interpretação virtuosa com alguns bons momentos, embora tudo se torne demasiado percétivel do primeiro ao ultimo minuto, o filme acaba por se tornar monocordico e quase sempre aborrecido, onde nada acontece e tudo é rapidamente percebido nos primeiros minutos de filme.

Por tudo isto podemos gostar da ligação intima que o filme poderá ter com a sua autora, de alguns bons momentos de Swinton mas acima de tudo é dificil gostar do filme como obra individualizada, porque nada acontece, porque tem um ritmo lento e sonolento e principalmente porque a revelação que quer esconder é facilmente percebida pelo espetador nos primeiros minutos. Podemos gostar do espaço, do ambiente, que poderia ser o contexto ideal para um filme de terror, mas ele nunca aparece, onde a irritação da personagem é com barulhos normais e pouco mais.

Por tudo isto The Eternal Daughter acaba por ser um monocórdico e algo aborrecido filme independente, igual a muitos que são lançados em festivais e temporadas de prémios para críticos com gostos mais particulares e com prazer por abordagens mais diferentes. Mas é um cinema demasiado diferente e fora da normalidade para causar grande impacto na maioria de nós.

O filme fala de uma escritora/realizadora que vai para um estranho hotel isolado com a sua mãe de forma a tentar recordarem o passado desta ultima, quando a primeira começa a ver a sua capacidade de escrita influenciada pelos barulhos estranhos do espaço.

O argumento é curto, uma ideia, muita divagação, pouco ritmo, pouco personagem. A ideia é fácil de perceber qual é, e depois diálogos que parecem sempre significar muito mais para quem escreveu o filme e muito menos para o espetador.

Hogg é uma realizadora próximo da critica, que já no seu Souvenir conseguiu um reconhecimento critico muito superior ao valor do filme, que motivou inclusivamente uma sequela e que agora tem um filme parecido no mesmo estilo monocordico com boas imagens mas pouco conteudo.

Nao e necessario estes tipo de projeto para todos percebermos o valor de Swinton. Neste monologo com duas personagens, temos a sua qualidade reconhecida e que Hogg coloca todas as despesas do filme. E a que melhor sai deste exprimentalismo exagerado que ela também gosta de participar.

O melhor  - O espaço fisico do hotel


O pior - O unico apontamento relevante ser previsivel


Avaliação - D+



No comments: