Friday, June 17, 2022

The Northman

 Desde o surpreendente The Lighthouse que Hollywood ficou fixada no poder estetico e de interpretaçao que Robert Eggers permitia aos seus espetadores. Dai que a curiosidade em torno do seu novo filme, ainda para mais um epico passado no frio foi elevada. E criticamente o filme não desapontou com uma receçao calorosa, apaixonada pela forma unica de Eggers transmitir imagens de violência e misticismo, o filme reuniu algumas das melhores criticas do ano ate ao momento. Comercialmente e com o carimbo de epico o filme arriscou uma estreia mais expandida mas as coisas nao correram bem neste parametro porque o filme nao e claramente um filme para todos.

Eggers e daqueles realizadores que no seu ultimo filme me deixou completamente anestesiado, mais do que pela historia que contava pela forma como as imagens eram transmitidas com a dimensão estetica impressionante e acima de tudo a forma como potenciava interpretaçoes limites e intensas aos seus protagonistas. Pois bem aqui ele faz de novo numa opera de violência, misticismo e vingança em que as imagens sao total quadros que nos preenchem ao longo das duas horas de duração em festivais de misticismo, magia negra e violência.

Algo que parece muito claro nos filmes de Eggers e que este filme tambem o faz e levar os personagens ao limite maximo das suas capacidades interpretativas fisicas, as quais sao ainda mais potenciadas por uma forma unica de realizar e captar esse mesmo esforço. Esta escolha faz com que o filme seja ainda mais epico a todos os niveis, que a a historia simplista de vingança se torna algo de intensidade maxima e assitimos a um filme de primeira linha.

The Northman pode ter o argumento mais basico que nos recordamos, dos filmes de vingança com violência, acaba por ser ate em determinados momentos algo previsivel, mas a roupagem, a forma como tudo e transmitido em termos de imagens conduz o filme para altos padrões, quase hipnotizando o espetador com a riqueza das suas imagens. Um daqueles filmes a ver com uma grande televisao e ficar deliciado com o poder das imagens.

A historia e simples, um príncipe ve o seu pai a ser morto por o seu tio, de forma a roubar-lhe o trono, acabando por sobreviver a emboscada, regressando anos mais tarde, jã adulto como escravo de forma a executar a sua vingança.

Em termos de argumento o filme e bastante simplista,  e mesmo no seu ligeiro twis acaba por ser algo previsivel. Nem sempre a parte do oculto e bem integrada na intensidade da narrativa de explosao, mas nao e no guião que o filme tem os seus atributos mais assinalaveis.

No que diz respeito a realizaçao o trabalho de Eggers e impressionante, do ponto de vista das sequencias graficas, da violencia, da capacidade de dar o melhor plano para os seus atores. E acima de tudo um filme de um realizador cada vez mais sublinhando em Hollywood. Alguem novo que ainda vai dar muito que falar.

QUem mais beneficia com esta forma de realizar sao os atores. Saarsgard e intenso e fisicamente impressionante na entrega ao papel, que procura o seu registo mais fisico. Mas fica tambem o sublinhado para a intensidade de Kidman e de Claes Bang a sair dos filmes nordicos para um projeto de maior dimensao.


O melhor - A realizaçao

O pior - O argumento e algo basico e nem sempre conjuga bem a parte do oculto com o cru da vingança


Avaliação - B+



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