Friday, April 29, 2016

Midnight Special

Jeff Nichols tornou-se nos ultimos anos num daqueles realizadores que faz filmes com pouco alarido, recheado com actores consistentes e historias ambiguas mas cujo resultado final costuma agradar principalmente a critica especializada, mesmo se tratando de filmes com pouca ambiçao comercial, e fora de epoca de premios. Este ano e quase sem ninguem dar por ele surgiu este filme que foi mais uma vez o exemplo dos resultados conseguidos pelos filmes do realizador, Apreciado pela critica, comercialmente com uma visibilidade positiva tendo em conta a expansão do filme mas provavelmente sem a força de filmes como Mud e principalmente Take Shelter.
A forma como Jeff NIchols faz os seus filmes não é propriamente aquela que mais impressiona o espectador, já que os seus filmes vão se revelando de uma forma muito lenta que só nos faz perceber tudo o que estamos a assistir no final, e usualmente não dá aos filmes o impacto de uma revelação surpreendente. Tudo vai decorrendo naturalmente para o caminho natura. E isso tem um senão bastante forte que é na expectativa do espectador que espera algo mais surpreendente, espera algo que mude o rumo do filme, que continua sempre de uma forma cruzeiro para um final simples.
Talvez por isso seja para mim inexplicavel a forma como a critica se entrega a este realizador. E obvio que o filme e intenso emocionalmente na relaçao pai filho, mas também e verdade que o filme não tira nada de particularmente efusivo desta vertente. Sabemos que estamos perante alguem de outro mundo, mas o filme basicamente um road movie para a salvação, com dialogos diminuidos e mais que isso sem intensidade de acção. Ou seja nao basta um filme com uma realizaçao interessante e bem interpretado para fazer de um filme mais do que ele é, porque o argumento e claramente redutor.
Parace-me que este filme e as suas avaliações são mais reflexos de um estilo de cinema que tem tudo para falhar mas que ate acaba por dar bons momentos, principalmente nos filmes anteriores do realizador, aqui parece-me sempre um filme perdido na sua definição e mais que isso que parece ter dificuldades em encontrar a sua alma e o seu ritmo.
A historia fala de dois pais que acabam por se juntar a um policia de rua na tentativa de entregar um menor com poderes especiais ao seu mundo, mesmo que para isso tenham de fugir de forças militares e governamentais.
O argumento e claramente o calcanhar de aquiles do filme, a historia de base a sua concretização é redutora, não tem espaço para mais, e isso acaba por se refletir num filme sem chama, sem impacto, que mesmo nos momentos em que poderia nos dar mais das personagens acaba por as esconder.
Jeff Nichols tem pelo menos um conceito bom junto da critica. Junto de mim nem tanto, penso que tem um estilo proprio de fazer cinema, a um ritmo proprio sem grandes sobressaltos, mas os filmes ficam obviamente sem vida, principalmente neste caso, onde o impacto de algo acontecer fica sempre na ansia do espetador que obviamente sai defraudado de uma realização que também não dá impacto ao filme.
Em termos de cast, temos uma variedade interessante de bons actores que nunca sao verdadeiramente colocados a prova no filme porque o filme assim nao pede. Temos a noçao que estes actores noutro tipo de filme seriam bem mais valorizados do que num guiao que nao potencia qualquer uma das personagens

O melhor - O cast

O pior - As personagens se esconderem num argumento que parece ter medo de existir

Avaliação - C-

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