Por vezes existem
pequenos filmes que fruto do acaso conseguem ter uma atualidade que o
tornam naturalmente um acontecimento, numa jogada obvia de sorte. Foi
isso que aconteceu com o mais recente filme de Gavin Hood, de volta
aos filmes de estudio menor, com o facto de abordar a tematico do
contra terrorismo e das dificuldades morais deste tipo de luta, que
encaixou perfeitamente com os mais recentes ataques. Criticamente o
filme foi bem recebido principalmente tendo em conta que se trata de
um filme de inicio de temporada. Comercialmente o filme vai ganhando
credito num terreno onde inicialmente tinha ambiçoes algo limitadas.
Eye in the Sky e uma
autentica biopsia e um teste aquilo que nos acreditamos sobre como
combater o terrorimos, num estilo simples de personagem inexistentes
que sao meros peoes para o objetivo do filme que é fazer pensar.
Pois bem somos colocados no meios de uma decisao com diversos
intervenientes a dar os pros e contras, num filme simples, que tem a
grande vantagem de não ter partes mas sim dilemos morais mais que
estrategicos perante uma situaçao concreta. Sentimos que cada
personagem e um advogado de uma parte de nos que vai no sentido de
uma decisao, e isso torna o filme não so emocionalmente muito forte
mas em termos de mensagem um filme unico que leva o espetador para
dentro do ecra.
E essa facilidade torna
este filme um acontecimento daqueles filmes que nos ficam na memoria
pela montanha russa de pensamentos que nos faz ter, com uma boa
realizaçao que nos coloca no meios da açao e com uma conclusao que
da todo o impacto que quermos ter do filme. Nao sendo um filme de
personagens de dialogos e um filme de espetador e esse e objetivo de
um cinema mais que entertenimento sim de uma obra de reflexao sem a
necessidade de grandes conclusoes e nisso o filme e mestre.
Com tanta qualidade
apenas podemos encontrar algum defeito em algumas casualidades do
filme que sao usadas de forma a potenciar ainda mais o impacto
emocional e mesmo racional do filme, e o inicio algo confuso ate o
filme arrancar tudo parece muito solto, pouco trabalhado o salto
entre paises e personagens e permanente o que não permite que o
filme agarre de uma forma facil o espetador, mas quando o faz não o
larga mais.
O filme coloca-nos no
meio de uma operação de controlo e captura de quatro terroristas
que se preparam para preparar um atentado suicida em pleno quenia. O
filme leva a diferentes focos de contolo da missao e a necessidade de
tomar decisoes no aqui e agora.
O argumento e de grande
impacto emocional, não e um filme que queira grandes personagens ou
mesmo dialogos de primeira divisao, e um filme que quer acima de tudo
fazer pensar e o dilema e criado com todos os requisitos que tornam o
filme e o argumento bastante bons.
Na realizaçao Hood,
depois do sucesso de Totsie teve dificuldade em conseguir encontrar o
seu registo no cinema chegando mesmo aos filmes de grande estudio,
quando se preparava para um regresso as origens depois de uma
passagem de menor sucesso por cinema mais ambicioso tem a sua obra
mais interessante, com meios, olhar militar e simplicidade dando
primazia a outro tipo de aspetos.
Nao e um filme que
exija muito aos seus interpretes porque não e neles que esta o
centro, sao meros peoes do objetivo do filme, cumprindo apenas nos
momentos de maior intensidade e de climax emocional.
O melhor – A forma
como nos faz refletir sobre algo tao presente nos nossos dias.
O pior – Os primeiros
cinco minutos
Avaliação - B+
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