Saturday, March 19, 2016

The Program

Durante anos foi anunciado por diversas vezes um filme sobre a vida de Lance Amstrong, inicialmente como o heroi que foi durante uma década, de forma a glorificar as suas vitorias, depois da descoberta a forma como ele conseguiu enganar meio mundo. Dai que quando soube que á frente do filme estaria o metódico Stephen Frears as melhores expetativas existiram devido ao peso de um realizador experiente numa historia tão complicada. Talvez por ser a quebra do maior mito desportivo dos EUA os resultados comerciais, principalmente naquele pais foram muito reduzidos, como se de negaçao se tratasse e nem as criticas essencialmente positivas permitiram que o filme tivesse a atenção que deveria ter.
Um biopic pela negativa e sempre um filme mais dificil de aceitar do que a homenagem, pois bem este e claramente um filme que nos trás o lado mau de Amstrong sem qualquer piedade por tudo que passou na sua doença e a superaçao que mesmo com Droga teve de ter. Dai que seja um filme algo parcial pela negativa para com a sua figura e isso poderá não ter caido bem, mesmo naqueles que chateados com tudo o que aconteceu gostariam de algo menos tendencioso.
Pese embora tal facto estamos perante um filme cuidadoso, que estudou, que consegue criar de uma forma irrepreensivel todo o trajecto do corredor, e mesmo criar com alguma força as sequencias do Tour, que para mim, um amante do ciclismo me parece muito bem feito. Podemos dizer que talvez o filme seja curto demais, opçao que me parece de forma a tornar o filme mais facil de assistir e menos massador mas contar uma historia tao complexa num espaço de tempo tao curto parece-me no minimo discutivel.
Mesmo assim parece claramente um bom filme, muito bem produzido, direto ao ponto, capaz de explicar mesmo para leigos o que esteve em causa, mesmo na dimensao da fraude, bem interpretado. Um filme non grato para todos que ainda pensam que tudo aconteceu, daqueles filmes que nos da a realidade por muito que ela custe. Nao e o filme que o cinema desejava para encher as salas mas a sua antitese e é coragem para o fazer.
A historia fala de toda a ascenção e a forma como Lance Amstrong ganhou 7 voltas a frança em bicicleta, a forma como tudo foi um acto de batota numa personalidade que apenas tinha um objetivo ganhar.
O argumento baseado num livro parcial não podia deixar de o seu, dando sempre o lado negativo da sua personagem. Pese embora esteja presente todos os pontos importantes da vida do ciclista entra pouco na vida do mesmo, dando um caracter muito objetivo aquilo que quer tratar.
Frears e um dos melhores realizadores a criar contextos para personagens e aqui na sempre dificil logistica que é simular uma corrida de ciclismo, principalmente para um realizador já com idade avançada o resultado é interessante, sereno, e principalmente muito bem detalhado em termos de promenor das equipas em si.
Por fim em termos de interpretaçao, o mais prejudicado pela pouca expansao do filme acabou por ser Ben Forster numa criaçao totalmente explendida, intensida, dificil de Lance Amstrong, num papel com capacidade para lutar pelos premios que acabou por ser colocada de lado pela negaçao. Mas num actor com esta capacidade certamente outras possibilidades visão. Nos secundarios bom cast, não muito mediatico mas que encaixam bem nas suas verdadeiras pele.

O melhor – A coragem de contar a historia que os americanos não queriam ouvir

O pior – Parece curto de mais e algo parcial


Avaliação - B

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