Sobre o filme podemos num primeiro momento considerar que é corajoso por trabalhar um assunto com ele ainda decorrer, arriscando falhar na perceção do fenomeno global. Se inicialmente o filme até funciona ainda que de forma moderada no tratamento do fenomeno, na implicação profissional e relacional do mesmo, existe um ponto onde o filme falha e acaba por não se recuperar em momento algum. Esse é o momento em que deixa de lado o contexto, e tenta nos ultimos 20 minutos ser um filme sobre um golpe.
E aqui o filme tem todos os seus problemas de concretização, primeiro porque o golpe é confuso, pouco intenso, e mais que tudo nunca parece encaixar minimamente na vontade que o espetador tem para o filme, esperando mais confinamento e menos espetaculo de ação. Este ponto e particularmente desastroso principalmente se tivermos em conta de Liman funciona bem melhor ao longo da sua carreira num cinema de ação puro.
Assim surge um filme mais exprimental do que fucional, que ficara registado como o primeiro filme sobre as circunstancias de vida que hoje temos, mas que ao mesmo tempo lhe da a roupagem menos necessária ao momento, tornando-o num objeto pouco funcional e que principalmente como filme de ação nunca funciona, o que é pena já que me parece que consegue reunir os meios necessários para isso.
O filme fala sobre um casal em rutura confinados a mesma casa e com trajetos profissionais distintos, que tentando lidar com todas as circunstancias de partilha de espaço e situação pandemica, vem as vidas profissionais se ligarem e poder resultar num golpe que resolverá todos os seus problemas.
Em termos de argumento existe dois pontos de analise distintos. Em termos da ligação a situação pandemica o filme até e funcional quer nas personagens e nos seus conflitos que tem origem nessa situação, fornecendo uma primeira hora de cinema razoavel. O problema e quando o filme quer ser mais que isso e uma especie de Oceans Eleven da pandemia e é um desastre completo porque o golpe nunca é interessante e os seus contornos mal articulados.
Doug Liman e um realizador que teve sempre alguma dificuldade em se tornar uma referência mesmo depois dos sucessos dos seus Jason Bourne, ou mais recentemente nas colaborações com Tom Cruise. Aqui parece funcionar melhor no registo contextual do que na ação de onde vem e isso acaba por ser surpreendente.
No cast o filme tem uma boa dupla que ate funciona bem com aquilo que lhes é pedido, que Hathway quer Ejiofor encaixam bem na loucura e nas circunstancias dificeis do casal, com bons momentos principalmente na primeira hora de filme. No lado de ação parecem funcionar pior mas ai o argumento e o inimigo principal de ambos.
O melhor - A primeira abordagem ao confinamento no cinema.
O pior - O Golpe
Avaliação - C
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