Tuesday, February 16, 2021

Little Fish

 Num ano em que não existiu espaço para muitos pequenos filmes tentarem a sorte principalmente porque os festivais onde normalmente ganham dimensão basicamente não existira, acabou por existir alguns projetos que ganharam algum reconhecimento critico e foram estreando ainda que de uma forma bem silenciosa, como e o caso deste peculiar filme sobre um virus e o seu efeito. Criticamente esta obra singular ate foi bem recebido, contudo em termos comerciais o filme teve alguma dificuldade em se expressar.

O filme parte desde logo de uma dificuldade bem assumida, que se deve ao facto de ser numa crise pandemia um filme de um virus e a sua dissiminação, embora com efeitos bem diferentes. E nisso se existe coisa que as pessoas nao procuram no filme e um filme sobre contaminações, o que podera de imediato levar a uma relação de emoçoes positivas entre o espetador e o filme.

Mas o que e certo e que o filme parte de um objetivo dificil e consegue resultar nos seus avanços e retrocessos, quer do ponto de vista emocional onde me parece trabalhar bem a relaçao central, as personagens encaixam bem uma na outra e o filme ganha bastante com isso. Mas tambem no lado ideologico o filme sem grande fogo de artificio consegue funcionar principalmente no detalhe final.

Nao sendo obviamente uma obra prima, sendo um filme pequeno muitas vezes intimista e com objetivos dificeis, parece-me claro que é um filme que funciona muito por culpa dos seus protagonistas. Acaba por ser menos entusiasmante em algum lado mais previsivel do desenvolvimento da historia, mas no fim ficamos com boas sensações de um filme pequeno mas funcional.

A historia fala de um casal, e dos avanços e retrocessos que os levaram ao casamento numa epoca em que um virus acaba por estar presente na população e cujo sintoma e a perda de memoria e por contagio da propria existencia historica.

O filme tem alguns pressupostos dificeis mas que funciona bem e sem grande alarido ou sem grande folclore. A ideia e arrojada e o filme consegue blindar num primeiro momento o filme em termos emocionais para depois não o tornar negativista na sua resolução. Nao sendo uma obra de excelencia acaba por ser bem escrito.

Na realizaçao Chad Hartigan já teve no passado alguns filmes que resultaram bem em termos criticos e tem aqui um filme tipicamente independente que funciona na emoçao e menos na originalidade. E um filme demasiado intimista para reluzir mas cumpre o que se propoem.

Em termos de cast a escolha de uma Coleman a criar uma carreira fora do mainstream muito competente, e um O Connell que me parece um dos mais intensos atores da atualidade, é fundamental para as personagens funcionarem a solo e juntas.


O melhor - O par


O pior - Algo intimista e isso tira-lhe algum ritmo


Avaliação - B



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