Monday, February 15, 2021

Falling

 Viggo Mortensen e um dos actores mais amados pela critica pela forma consistente que foi construindo uma carreira baseada em interpretações intensas nem sempre proximas do grande público. Mas como muitas figuras de Hollywood eis que o ator decidiu tentar a sua sorte atrás das camaras com este filme sobre a relação entre um pai e um filho que acabou por ser lançado em alguns festivais pre premios. Pese embora a receção critica tenha sido positiva a mesma foi insuficiente para lançar o filme na corrida, e em termos comerciais sendo um filme distante do grande publico e das formas atuais de distribuição o filme acabou por não ter dimensão para altos voos.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo começa bem na caracterização de uma particular e estranha mas intensa relação pai-filho, que por sua vez tem a sua maior atenção nos ultimos anos de vida do primeiro, marcado por um passado de excesso e de escolhas duvidosas, e por uma demência que o domina na forma como acaba por ter conflitos com todos os elementos da sua familiar.

O filme trata deste ponto com alguma qualidade embora pareça quase sempre que quer fugir do confronto da personagem, algo que nos parece irrealista tendo em conta o grau de conforntação que o filme incute na sua personagem principal. Outro dos problemas do filme para obter um resultado mais efetivo acaba por ser o seu caracter demasiado circular em termos narrativos, o qual muito cedo se percebe que iria terminar na explosão final.

Por tudo isto Falling sendo um filme competente no retrato de uma familia que se mantem ligada mas desunida na emoção, não é uma obra de referência porque já outros filmes conseguiram tocar nos mesmos pontos com outra mestria. Fica a ideia que algum excesso de conflito interior e menos de exterior acaba por fornecer barreiras demasiado elevadas para o filme se expressar mais naturalmente.

A historia fala de um individuo em demência que após uma vida de conflitos com a sua familia acaba por visitar a residência de um filho homossexual, com quem acaba mesmo por no final da sua vida ter os conflitos que marcaram ao longo do tempo a relação entre ambos.

O argumento do filme é simples, eficaz, sem deslumbrar. Parece por vezes guardar algumas palavras que o poderiam revestir de mais intensidade, mas acaba por ter argumentos bem trabalhados, principalmente nos dialogos de conflito. Não sendo um poço de originalidade é competente naquilo que se propõe.

Mortensen tem uma estreia na realiação simples, baseando-se nas personagens e nos seus movimentos. Não ter grande risco, algo que é normal tendo em conta tratar-se de uma estreia, mas e um filme que podera ser uma boa base nesta nova carreira do ator.

O cast funciona, Mortensen tem uma papel que o trabalha bem, diferente do que estamos habituados a ver num actor com muitos recursos que confirma mais uma vez os mesmos. Bom plano tambem para Henriksen um veterano ator que nunca foi uma primeira figura mas que tem aqui um papel de uma carreira, que merecia talvez mais visibilidade.


O melhor - Os momentos iniciais da construção da relação.


O pior - Guardar muitas palavras.


Avaliação - C+



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