Friday, December 11, 2020

Black Bear

 Numa altura em que este ano completamente para esquecer em termos de cinema chega ao fim vão sendo lançados pequenos filmes que conseguiram algum mediatismo ou atenção em festivais menores como foi o caso deste filme indie com um conjunto de tres atores muito proximos deste tipo de cinema. A amostra do filme conquistou a critica com avaliações bastante positivas embora me pareça que do ponto de vista comercial sera sempre um filme para resultados muito curtos.

Sobre o filme Black Bear nao e um filme facil principalmente porque e dividido em dois segmentos completamente diferentes unidos pelo valor metaforico do urso preto. Isso torna o filme intenso e com alguma qualidade nos seus segmentos enquanto parcelas individualizadas mas o resultado do conjunto acaba por nao ser satisfatorio na sua totalidade ja que a ligação entre as coisas e demasiado tenue para fazer o todo melhor que as partes.

A primeira parte e claramente melhor a todos os niveis, o dialogo as reaçoes das personagens são muito bem trabalhadas mas depois o enlace do filme e a escolha da base do filme parece-nos discutivel, parece tornar o filme algo demasiado estranho para continuar o impacto das personagens que o primeiro segmento tem.

E o que e certo e que o segundo funciona bem pior principalmente porque se limita ao histerismo e gritaria das personagens num contexto particular, mas obviamente a cola e o significado de tudo não e tao imponente como as historias de forma individualizadas e isso deixa alguma pena pois fica a ideia que principalmente em termos de interpretes tinha valor para algo mais completo.

A historia fala de uma promissora realizadora que de forma a tentar buscar inspiração acaba por se deslocar para o lado rural de um casal intrometendo-se de imediato da vida conjugal de ambos, ate que o filme coloca as mesmas personagens num contexto totalmente distinto, onde o casal altera e a ação torna-se no centro da gravação de um filme.

EM termos de argumento a qualidade e intensidade do primeiro segmento deveria conduzir a um filme que aproveitasse melhor aquilo que ele potencia mas o filme tenta ser estranho, metaforico e simbolico na ligação entre segmentos e ficam alguns bons dialogos e personagens que devido a fração nao conseguem crescer.

Michael Levine e um realizador desconhecido que tem um projeto ambicioso na sua base que nem sempre resulta bem. Temos um filme independente na sua génese mas com alguns apontamentos que deixam boas expetativas para o que se vai seguir.

Em termos de cast excelentes escolhas, Plaza Abbot e mesmo Gadon sao alguns dos melhores atores de uma geração ainda proxima do cinema independente que ja mereciam outra atenção do cinema de primeira linha que provavelmente num futuro irão acabar por ter.


O melhor  -  O primeiro bloco


O pior - A cola dos dois


Avaliação - C+



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