Apresentado este ano no festival de Berlim este novo filme de Sally Potter sobre a relação entre um pai e uma filha na adversidade foi uma das grandes desilusões do certame, já que foi totalmente derrotado por uma critica especializada que condicionou e muito aquele que pensaria ser um trajeto interessante. Comercialmente o facto de ter estreado no centro de uma pandemia não foi propriamente o mesmo momento para o filme mas fica a ideia que mesmo noutras condições o fracasso seria mais ou menos garantido.
Sobre o filme ao olharmos para a sumula do filme parece-nos que tudo estava programado para um filme intenso sobre a relação acima de tudo entre pai e filha, contudo rapidamente entramos num confuso mundo de vidas paralelas da mesma personagem, sem muito significado com pouco paralelismo e rapidamente ficamos com a ideia que o filme tem uma boa intenção mas que se confunde a si em demasia, esperando que a interpretaçao de Bardem resgate um filme perdido na sua eloquencia.
E tudo isto faz o impensavel que é um filme com menos de uma hora e meia de duração se torne aborrecido e muito dificil de seguir do primeiro ao ultimo minuto, sobrando apenas sequencias isoladas de ligação e quimica entre dois bons atores mas pouco mais num filme que os deixa totalmente abandonados pelo facto de não ter particularmente grandes ideias para as personagens de cada um.
Ou seja um filme que como outros de um estilo demasiado independente, reune os ingredientes para resultar e acaba por desprediçar devido a um elevado nivel de eloquencia. Aqui a culpa e acima de tudo de um guião que tenta baralhar em demasia as personagens em dois planos diferentes que acabam por nunca se encontrar verdadeiramente dentro de eles proprios.
A historia fala de uma jovem e o seu pai doente, num dia, enquanto vivemos uma outra vida desta ultima personagem preso a um passado que poderia ter determinado o seu futuro de uma forma totalmente diferente.
O argumento e o grande handicap do filme porque não faz as personagens existirem nas vertentes divididas que quer ter, e acaba por fracionar o filme de forma a que nenhuma das metades realmente resulte. Parece que o filme fica danificado na sua forma.
Na realizaçao Potter tem tido uma carreira independente com algum louvor mas que neste caso falha, porque a realizaçao não consegue minorizar minimamente os danos de um argumento confuso, e mais que isso parece apressar um fim que se quer imediato.
No cast temos qualidade e intensidade em personagens inexistentes, ficando a ideia plena que Bardem tinha personagem para brilhar e acaba por ver o seu talento desprediçado num filme vazio, e Fanning poderia ser o seu auxilio de luxo, e que fica reduzida a duas ou três momentos razoaveis.
O melhor - A curta duração do filme.
O pior - A forma como o talento e desprediçado num mau guião
Avaliação - D
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