A NEtflix esta obviamente nestes tempos de confinamento no olho do falcão, razão pela qual nos ultimos tempos os seus novos conteudos têm tido grande visibilidade estando sob o escrutinio de todos. Um dos seus mais recentes projetos foi este biopic de Sergio Vieira de Mello, protagonizado por a maior figura atual da interpretaçao brasileira, numa produção contudo norte americana. Em termos comerciais parece-me que o projeto tem tudo para ser funcional, sendo que em termos criticos a receção está longe de ser brilhante com avaliações demasiado medianas.
Sobre o filme parece-me indiscutivel qual a importância do diplomata em algumas das questões mais marcantes geridas pelas naçoes unidas, e que o filme toca ao de leve. Este e talvez um dos problemas maiores do filme, que ao fazer um biopic sobre alguem com tantos meritos policitos os abandone por completo debruçando-se apenas no seu lado emocional e relacional e da forma com que a sua ultima relação se concretizou o que nos parece imediatamente extremamente redutor.
Claro que neste ambito em termos de relação amorosa, e no lado mais romantico do filme este funciona, principalmente por expoem a intensidade do relacionamento aos contextos de risco em que o mesmo se encontra a ser vivido, e nisso o filme acaba por dar um lado mais lamechas que funciona mas que deixa muito de lado. A fase final é demasiado teatralizada para uma historia tão concreta sendo totalmente inexplicavel a forma como o filme se vai debruçando ao longo da sua duração por diversos idiomas alguns dos quais ao longo da mesma conversa.
Fica a ideia de um biopic algo frouxo, demasiado romantico e pouco concreto, fica a ideia de um filme que deixa de lado promenores importantes de uma vida marcante, que sublinha essa importância mas que aborda essencialmente uma historia de amor igual a que qualquer comum mortal poderia ter vivido em contexto de guerra.
A historia fala dos ultimos anos de Sergio Vieira de Mello, de algumas das suas conquistas diplomaticas, até ao seu relacionamento com uma economista da ONU argentina ate ao atentado e as suas ultimas horas nos escombros da sede das Naçoes Unidas em Bagdas.
Em termos de argumento o filme é pensado para ser uma novela, e perde muito do conteudo de uma vida, principalmente em termos de negociaçoes politicas, isto podera facilitar o entertenimento do filme mas torna-o ao mesmo tempo extremamente redutor.
Na realizaçao Greg Baker pega no filme, e da-lhe o lado romantico que o filme quer ter, fantando-lhe alguma dimensão nos restantes. Nao sendo obviamente o pior dos pontos do filme, parece-me demasiado escravo de um argumento denunciadamente lamechas.
No cast parece que Moura nunca se sente confortavel quer com o papel quer com o corpo, quer acima de tudo com a forma como se exprime verbalmente em diversas linguas. Funciona melhor nos momentos de explosao emocional que no entanto são poucos. Bem melhor a sua colega de cast, uma Ana de Armas em cada vez melhor forma, demonstrando o porquê de ser uma das melhores atrizes da atualidade.
O melhor - O lado romantico e bem trabalhado
O pior - Mas seca tudo à volta
Avaliação - C-
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