Existe uma formula no futebol que muitos defender, que é equipa que ganha não se mexe. Depois do sucesso de Ain't them Bodies Saints, o seu criador e realizador, David Lowery reuniu-se novamente com Casey Affleck e Rooney Mara para mais um filme intimista muito na onde do que tinha feito no projeto anterior com os mesmos intervenientes. Novamente conseguiu bons resultados principalmente criticos tendo sido um dos filmes melhores avaliados de Sundance no inicio do presente ano. Em termos comerciais parece-me obvio que este filmes não particularmente apelativos para o grande publico dai que os resultados sejam reduzidos.
Sobre o filme Lowery tem uma forma no minimo particular de nos dar os seus filmes, normalmente com sequencias longas, sem grande dialogo mas com um lado emocional muito intenso. Se por um lado isso faz algumas das suas sequencias serem insolitas e recordadas por outro lado tira algum ritmo que nos parece nunca ter interesse que os seus filmes tenham. Dai que mesmo sendo um filme rico do ponto de vista emocional pela forma como nos tenta dar uma visao do afterlife, parece-nos um filme demasiado intimista, e isso torna-o nos momentos iniciais repetitivo e aborrecido.
Na segunda fase e principalmente quando o filme abdica da rigidez temporal como marcação do filme, este ganha um conceito diferente, o seu carater circular é obviamente um ponto de charme de uma obra singular, original, filmada com cuidado e que como os melhores filmes vai do mais ao menos. E obvio que se trata tambem de um filme com defeitos assinalados, o maior deles a falta de ritmo ou de dialogos, e o seu estilo demasiado independente para se fazer vincar.
Assim, sendo um filme que segue com o mesmo registo o filme anterior do realizador, que entretanto se dedicou a um filme mais adolescente, e que tem um valor criativo e mais que isso original muito assimilado. Nunca sera um filme para todos mas é obvio que no final a mensagem parece ser passada e com um simbolismo extremamente vincado.
A historia fala de um casal, e da forma como o fantasma do marido permanece na residência onde viveram apos a morte do mesmo, percebendo não só a forma como a sua ex-mulher continua a vida depois da sua morte, mas o que acontece à casa e aos seus habitantes seguintes.
Em termos de argumento temos dialogos e personagens reduzidas ao minimo, num filme que consegue sim transmitir a sua mensagem e o seu valor emocional recorrendo quase sempre ao silencio e a situações individuais da personagem, já que a central como fantasma apenas deambula pelo espaço. Não sera nunca um argumento de referência pese embora a ideia original.
Lowery nunca sera um realizador de grande publico se mantiver este registo, parece centrar tudo numa forma de realizar que facilmente a critica gosta, já que é de autor e marca uma originalidade assinalavel, mas não me parece nunca fazer filmes para todos e isso pode-lhe tirar alguma unanimidade.
Não é um filme para grandes interpretações Affleck na ressaca do oscar limita-se a deambular com um pano branco sobre si. Mara tem melhores momentos de um actriz com alta intensidade e capacidade dramatica e que mais uma vez mostra esses atributos, num filme que sobressai essencialmente pela sua forma
O melhor - O final circular
O pior - Muitas vezes torna-se demasiado aborrecido
Avaliação - B
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