Friday, November 11, 2016

Little Men

Existem filmes de realizadores independentes que consistentemente conseguem bons resultados em termos dos festivais onde são lançados mas posteriormente nunca conseguem grande visibilidade, por serem mesmo isso interessantes filmes criticos. Se olharmos para medias de avaliação este pequeno filme deve ter algumas das melhores avaliações do ano e mesmo assim poucos ouviram falar dele com resultados comerciais quase rudimentares.
Sobre o filme, o mais importante quando um filme e de pequena produção é o realismo, é o filme transmitir algo que poderia ser bem real, e aqui penso que o filme é eximio na forma como é paralelo ao mundo real, onde não existe lado certo nem lado errado, onde claramente a centralidade de quem esta mais proximo é o nosso primeiro objetivo e so depois os seguintes, e nisso o filme é interessante na forma como focaliza numa relação de amizade, mas depois dá dois lados de uma disputa com causas e argumentos plausiveis para a mesma questão, e na forma como o filme e simples neste ponto acaba por o tornar incrivelmente real, ou seja uma historia banal mas que poderia acontecer, sem nunca termos um desenlace satisfatorio.
Certo é que para o filme ter mais impacto deveria ter mais impressionismo, mais qualidade de apontamentos, ser mais bonito, não realizado da forma simples que o cinema independente mais tradicional tem, poderia em termos de intensidade dramatica ter mais conflito ou mesmo um final mais emotivo, mas isso poderia criar no filme um maior impacto, mas distanciava-o do realismo que faz dele um filme com uma mensagem e um realismo muito interessante.
Por este mesmo facto e muito embora por vezes me pareça um filme que não consegue fazer um sublinhado claro nos seus espetadores, e um filme que acima de tudo consegue no final dar a imagem de um bom resultado ao seu espetador, que muitas vezes ve filmes independentes sem um sentido objetivo, distante dos nossos dias, este é precisamente um contrario, um conjunto de personagens iguais a tantas outras com interesses divergentes, onde os maios pequenos distantes do mundo material, nada conseguem perceber do que está a sua volta.
A historia fala de duas familias distintas com um interesse divergente no aluguer de uma loja, isto vai embater no facto dos filhos de ambos os agregados manterem uma relação muito proxima de amizade, e cujas familias em disputa poderão por em causa.
Em termos de argumento parece-me que um ponto salta á vista pelo lado positivo a forma como o filme consegue quase sempre caracterizar o lado mais humano dos seus personagens, o que pode tirar algum conflito ao filme e alguma intensidade emocional, mas acaba por aproximar a caracterização de um bom senso nas personagens que muitas vezes existe e por motivos de funcionar melhor, muitas vezes so chega a uma ou outra personagem.
Na realização Ira Sachs e um dos bons valores do cinema independente que coleciona sucessos criticos sem mudar o seu registo, talvez já merecesse um filme com mais meios, e com mais dimensão, talves se sentisse perdido pois a sua forma de realizar e muito tradicional, mas não arriscando é impossivel perceber. Já se percebeu que neste estilo de cinema funciona juntando bons filmes com realizações simples.
No cast temos uma entrega emocional e simples dos seus protagonistas, eu sempre achei Kinnear muito melhor actor melodramatico do que em comedia, pese embora sempre tenha optado pelo segundo genero, aqui funciona bem no seu lado mais desgastado. Mas e nos mais novos que surge a grande revelação do filme na minha opinião Michael Barbieri tem um papel em cheio no filme, daqueles que é simples, mas a sua descontração a sua intensidade quando tem que a ter podia ser mesmo o seu portfolio para outros papeis que penso que cedo terá. A registar este nome, e diga-se que o protagonista e outro jovem, Theo Taplitz que perde todas as cenas para o seu companheiro de tela.

O melhor – O realismo e o bom senso das personagens.

O pior – Com estas caracteristicas tira alguma intensidade e poder de fogo emocional


Avaliação - B-

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