Existem filmes de
realizadores independentes que consistentemente conseguem bons
resultados em termos dos festivais onde são lançados mas
posteriormente nunca conseguem grande visibilidade, por serem mesmo
isso interessantes filmes criticos. Se olharmos para medias de
avaliação este pequeno filme deve ter algumas das melhores
avaliações do ano e mesmo assim poucos ouviram falar dele com
resultados comerciais quase rudimentares.
Sobre o filme, o mais
importante quando um filme e de pequena produção é o realismo, é
o filme transmitir algo que poderia ser bem real, e aqui penso que o
filme é eximio na forma como é paralelo ao mundo real, onde não
existe lado certo nem lado errado, onde claramente a centralidade de
quem esta mais proximo é o nosso primeiro objetivo e so depois os
seguintes, e nisso o filme é interessante na forma como focaliza
numa relação de amizade, mas depois dá dois lados de uma disputa
com causas e argumentos plausiveis para a mesma questão, e na forma
como o filme e simples neste ponto acaba por o tornar incrivelmente
real, ou seja uma historia banal mas que poderia acontecer, sem nunca
termos um desenlace satisfatorio.
Certo é que para o
filme ter mais impacto deveria ter mais impressionismo, mais
qualidade de apontamentos, ser mais bonito, não realizado da forma
simples que o cinema independente mais tradicional tem, poderia em
termos de intensidade dramatica ter mais conflito ou mesmo um final
mais emotivo, mas isso poderia criar no filme um maior impacto, mas
distanciava-o do realismo que faz dele um filme com uma mensagem e um
realismo muito interessante.
Por este mesmo facto e
muito embora por vezes me pareça um filme que não consegue fazer um
sublinhado claro nos seus espetadores, e um filme que acima de tudo
consegue no final dar a imagem de um bom resultado ao seu espetador,
que muitas vezes ve filmes independentes sem um sentido objetivo,
distante dos nossos dias, este é precisamente um contrario, um
conjunto de personagens iguais a tantas outras com interesses
divergentes, onde os maios pequenos distantes do mundo material, nada
conseguem perceber do que está a sua volta.
A historia fala de duas
familias distintas com um interesse divergente no aluguer de uma
loja, isto vai embater no facto dos filhos de ambos os agregados
manterem uma relação muito proxima de amizade, e cujas familias em
disputa poderão por em causa.
Em termos de argumento
parece-me que um ponto salta á vista pelo lado positivo a forma como
o filme consegue quase sempre caracterizar o lado mais humano dos
seus personagens, o que pode tirar algum conflito ao filme e alguma
intensidade emocional, mas acaba por aproximar a caracterização de
um bom senso nas personagens que muitas vezes existe e por motivos de
funcionar melhor, muitas vezes so chega a uma ou outra personagem.
Na realização Ira
Sachs e um dos bons valores do cinema independente que coleciona
sucessos criticos sem mudar o seu registo, talvez já merecesse um
filme com mais meios, e com mais dimensão, talves se sentisse
perdido pois a sua forma de realizar e muito tradicional, mas não
arriscando é impossivel perceber. Já se percebeu que neste estilo
de cinema funciona juntando bons filmes com realizações simples.
No cast temos uma
entrega emocional e simples dos seus protagonistas, eu sempre achei
Kinnear muito melhor actor melodramatico do que em comedia, pese
embora sempre tenha optado pelo segundo genero, aqui funciona bem no
seu lado mais desgastado. Mas e nos mais novos que surge a grande
revelação do filme na minha opinião Michael Barbieri tem um papel
em cheio no filme, daqueles que é simples, mas a sua descontração
a sua intensidade quando tem que a ter podia ser mesmo o seu
portfolio para outros papeis que penso que cedo terá. A registar
este nome, e diga-se que o protagonista e outro jovem, Theo Taplitz
que perde todas as cenas para o seu companheiro de tela.
O melhor – O realismo
e o bom senso das personagens.
O pior – Com estas
caracteristicas tira alguma intensidade e poder de fogo emocional
Avaliação - B-
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