Saturday, November 12, 2016

Elle

Paul Verohven foi nos anos 90 o realizador dos thrilers sexuais, dos filmes onde a sedução estava muito perto da morte e que lhe valeu os maiores sucessos enquanto realizador, mesmo que criticamente tenha resultado nos seus maiores falhanços. Já na fase final da vida o realizador regressa à europa com filmes mais de autor, mais preocupado com a critica do que com o publico, e neste Elle, poderá mesmo conseguir o que nunca conseguiu que é concorrer aos oscares para melhor filme estrangeiro depois de uma boa recepção critica. Comercialmente ao ser um filme europeu, e de tradição europeia terá mais dificuldades.
Sobre o filme, se existe coisa que Verhoven sempre fez nos seus filmes foi juntar sexo com a morte, e se nos filmes de hollywood as coisas eram mais simplistas em filmes de quem matou quem, aqui neste filme temos mais que isso, temos um filme de personagem, ambigua, estranha, mas vincada dai que mesmo sem nunca a percebermos, a mesma inqueta-nos nos diversos momentos e nesse particular o filme é intenso, colaborando para esse efeito muito a intensa prestação de uma das melhores actrizes europeias dos ultimos anos.
Pese embora este facto parece-me que na essencia o filme não é muito diferente do que Verhonven fez em Instinto Fatal, temos um filme que por vezes entra em ciclo vicioso e se torna demasiado redundante, parecendo que ao longo da sua duração repete ideias sem parecer querer sair do sitio. Existem tramas mais felizes do que outras, as relações familiares do filme são muito melhor trabalhadas do que as de amizade e isso principalmente em intensidade emotiva acaba por momentos desiquilibrar o filme.
Por isso mesmo estando longe de uma obra de referencia do cinema europeu, temos um filme que vale muito pela sua personagem central, um filme que tem momentos demasiado diferentes, entre alguma ligeireza, até um jogo de sedução de uma intensidade interessante, mesmo que quase sempre a logica nas razões fique demasiado ao lado. O lado mais pervertido do filme também me parece demasiado levado ao extremo.
O filme fala de uma mulher, conhecida por ser a filha do mais conhecido serial Killer de França que se encontra no meio de diversos conflitos com a familia, e os diferentes elementos, mantem uma relação dual com um casal de amigo, e com o seu vizinho. Isto depois de ser violada por um desconhecido.
Elle tem um argumento complicado nem sempre com muita logica. Sem duvida que tem um argumento forte na criaçao da personagem embora me pareça algo desiquilibrado no balanço entre lados do argumento, quer na qualidade quer na intensidade e principalmente no tom.
O holandes mais conhecido da realização tem aqui um trabalho simples, de personagens longe dos efeitos de Robocop e Total Recall do inicio da carreira, regressou a casa com o estilo europeu. Se conseguir a consagraçao neste filme sera mais por uma carreira montanha russa do que propriamente pelo excelente trabalho neste filme.
Huppert e uma actriz com uma intensidade e um poder de inquetar muito grande, uma das melhores do cinema europeu tem aqui um dos papeis mais intensos e mais versateis do ano, tems espaço para tudo, emoçao, disponibilidade fisica, capacidade de seduçaõ e fuciona em todos, não deixando espaço para olharmos para qualquer elemento do cast.

O melhor – Huppert

O pior – Os balanços entre conflitos fazem o filme ser algo desiquilibrado


Avaliação - C+

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