Todos sabemos que os
meses de verão são marcados pelo lançamento de diversos filmes com
mais objetivos comerciais do que criticos, dai que apenas as
produtoras mais pequenas lançam filmes com objetivos mais criticos
como foi o caso da Summit com este filme, sobre a adaptação de um
jovem com convicções fortes ao mundo universitario. Certo é que
este filme de estreia do realizador James Schamus se tornou num dos
sucessos criticos do inicio do ano com avaliações essencialmente
positivas. Comercialmente para um filme com pouca expansao podemos
considerar os resultados muito mais que satisfatorios, contudo a
conjetura parece insuficiente para potenciar este filme para a
corrida aos premios.
Sobre o filme podemos
dizer que mesmo sendo um filme com um ritmo algo lento, é um filme
com boas personagens muito definidas, complexas, com personalidade
forte e por outro lado dialogos que abraçam diversos
fundamentalismos e que são de excelente funcionamento. Mais que tudo
parece-me um filme sobre saude mental e a forma como tudo pode
acontecer em grande stress, e nisso e de forma diferente o filme
consegue transmitir um pouco da suas mensagem com cada uma das
personagens que completam o final.
Assim se do lado
positivo temos um filme com grandes momentos narrativos, de dialogo
ou não fosse adaptado de uma obra de Phillip Roth, por outro lado
parece que a abordagem nem sempre tem elementos diferenciadores nas
suas diferentes componentes, fica na retina sequencias de dialogo
longas, o que corta o ritmo ao filme, mesmo que algumas tenham
grandes momentos quer em termos de um debate ideologico quer mesmo
nos bons momentos que permite aos seus interpretes.
Ou seja um filme
interessante, curioso, que longe de ser uma obra prima, ou ter força
suficiente para sublinhar-se como algo de totalmente diferenciador
acaba por nas suas personagens transmitir de uma forma vincada a sua
mensagem bem pensada ao espetador, permitindo também, sem nunca ser
extremado nas suas posiçoes, um debate ou uma reflexão sobre
diversas formas de pensar.
A historia fala de um
jovem pacato, que ganha uma bolsa e desloca-se para universidade onde
com os objetivos bem formados e com uma personalidade forte vai
tentar fazer com que nenhum tipo de experiencia modifique os seus
ideias.
Em termos de argumento
temos uma boa adaptação, principalmente na caracterizaçao complexa
das personagens que dá ao filme uma interessante maturidade e
permite dialogos ao mesmo tempo profundos como reflexivos. Talvez nem
sempre o argumento consiga temporizar e equilibrar os ritmos do
filme.
Para primeiro filme
podemos dizer que Schamus sai com um bom resultado, principalmente
porque criticamente o filme funcionou, embora nos pareça que as mais
valias do filme estão no seu argumento e historia de origem, já que
em termos de abordagem o realizador optou por algum tradicionalismos.
Por fim em termos de
cast, já referi noutras avaliações que me parece que Lerman e um
dos actores da sua geração com mais atributos e potencial, reune em
si uma capacidade comica, com um lado mais dramatico com recursos,
aqui ainda que nem sempre potenciados ao maximo, temos este seu
segundo vetor. Ao seu lado temos Gadon com um ano interessante, em
que se mostra ao mundo, num papel simples, e onde nem sempre a
intensidade da personagem reflete o que poderia ser.
O melhor – A
profundidade e conteudo de alguns dialogos
O pior – Nem sempre o
filme conseguir equilibrar os seus ritmos
Avaliação - C+
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