Tuesday, November 01, 2016

Indignation

Todos sabemos que os meses de verão são marcados pelo lançamento de diversos filmes com mais objetivos comerciais do que criticos, dai que apenas as produtoras mais pequenas lançam filmes com objetivos mais criticos como foi o caso da Summit com este filme, sobre a adaptação de um jovem com convicções fortes ao mundo universitario. Certo é que este filme de estreia do realizador James Schamus se tornou num dos sucessos criticos do inicio do ano com avaliações essencialmente positivas. Comercialmente para um filme com pouca expansao podemos considerar os resultados muito mais que satisfatorios, contudo a conjetura parece insuficiente para potenciar este filme para a corrida aos premios.
Sobre o filme podemos dizer que mesmo sendo um filme com um ritmo algo lento, é um filme com boas personagens muito definidas, complexas, com personalidade forte e por outro lado dialogos que abraçam diversos fundamentalismos e que são de excelente funcionamento. Mais que tudo parece-me um filme sobre saude mental e a forma como tudo pode acontecer em grande stress, e nisso e de forma diferente o filme consegue transmitir um pouco da suas mensagem com cada uma das personagens que completam o final.
Assim se do lado positivo temos um filme com grandes momentos narrativos, de dialogo ou não fosse adaptado de uma obra de Phillip Roth, por outro lado parece que a abordagem nem sempre tem elementos diferenciadores nas suas diferentes componentes, fica na retina sequencias de dialogo longas, o que corta o ritmo ao filme, mesmo que algumas tenham grandes momentos quer em termos de um debate ideologico quer mesmo nos bons momentos que permite aos seus interpretes.
Ou seja um filme interessante, curioso, que longe de ser uma obra prima, ou ter força suficiente para sublinhar-se como algo de totalmente diferenciador acaba por nas suas personagens transmitir de uma forma vincada a sua mensagem bem pensada ao espetador, permitindo também, sem nunca ser extremado nas suas posiçoes, um debate ou uma reflexão sobre diversas formas de pensar.
A historia fala de um jovem pacato, que ganha uma bolsa e desloca-se para universidade onde com os objetivos bem formados e com uma personalidade forte vai tentar fazer com que nenhum tipo de experiencia modifique os seus ideias.
Em termos de argumento temos uma boa adaptação, principalmente na caracterizaçao complexa das personagens que dá ao filme uma interessante maturidade e permite dialogos ao mesmo tempo profundos como reflexivos. Talvez nem sempre o argumento consiga temporizar e equilibrar os ritmos do filme.
Para primeiro filme podemos dizer que Schamus sai com um bom resultado, principalmente porque criticamente o filme funcionou, embora nos pareça que as mais valias do filme estão no seu argumento e historia de origem, já que em termos de abordagem o realizador optou por algum tradicionalismos.
Por fim em termos de cast, já referi noutras avaliações que me parece que Lerman e um dos actores da sua geração com mais atributos e potencial, reune em si uma capacidade comica, com um lado mais dramatico com recursos, aqui ainda que nem sempre potenciados ao maximo, temos este seu segundo vetor. Ao seu lado temos Gadon com um ano interessante, em que se mostra ao mundo, num papel simples, e onde nem sempre a intensidade da personagem reflete o que poderia ser.

O melhor – A profundidade e conteudo de alguns dialogos

O pior – Nem sempre o filme conseguir equilibrar os seus ritmos


Avaliação - C+

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