Friday, November 18, 2016

Bastille Day

Existe filmes que todas as conjecturas até poderiam conduzir a um sucesso mas que um simples acontecimento muda tudo. Isso foi o que aconteceu a esta produção europeia que teve a infelicidade de estrear um dia antes de um ataque terrorista em França concretamente no dia da Bastilha. Isso fez com que o filme acabasse por ser atrasado e não fosse um tema bastante interessante para o publico. Talvez por isso apenas meses depois e em cinemas seleccionados o filme estreou nos EUA com resultados que aparentemente serão curtos. Em termos comerciais a mediania típica de um filme de acção.
Sobre o filme podemos desde logo dizer que o facto de ser um filme de terrorismo incomum em que tais ato são uma manobra de contra terrorismo acaba por o diferenciar pelo menos na base da maioria dos filmes semelhantes. Para alem desse facto, o centrar de atenção num pais europeu também altera um pouquinho as bases usuais deste tipo de filme de acção.
Mas a novidade acaba-se por ai, depois torna-se num estereotipado e nem sempre interessante filme de acção, com as típicas traições e os bons americanos, algo que me surpreende principalmente sendo uma produção TF1, sequências de luta e de acção pouco espectaculares e quase sempre demasiado previsíveis, e uma ou duas tiradas de humor em personagens completamente uni dimensionais não chegam para elevar o filme para outro patamar de entretenimento. O resultado é o típico filme de domingo à tarde muito próximo de outros filmes que vão direitos para aluguer com outros protagonistas.
Quanto ao paralelismo com a realidade o filme tem pouco, nunca se trata de atos terroristas religiosos mas sim um fundamentalismo criado nas sociedades orientais e nisso o filme é original e alerta para essa possibilidade. Parece sempre um filme muito mais bem escrito do que concretizado demonstrando ainda existir diferenças na forma como um filme de ação pode atingir certa complexidade e estrutura em produções mais hollywoodescas e a dificuldade que ainda tem em produções europeias.
A historia fala de de carteirista que de repente se vê envolvido num ataque terrorista e nesses momentos começa a ser investigado por um agente do CIA que tenta descobrir a origem do referido ataque.
No que concerte ao argumento podemos dizer que a estrutura do filme principalmente na forma como enreda o ataque e os seus autores temos alguma originalidade no filme, na concretização nem tanto, o filme parece demasiado estereotipado, pouco complexo com situações de humor colocas à pressa, fica a ideia de que com a base do filme e algo mais pensado e racional poderia sair um bom filme de ação.
Na realização James Watkins surpreendeu-me pela positiva em terror com a sua mulher de negro. Aparentemente os filmes de acção são mais fáceis de entusiasmar mas neste caso parece-me claramente menos interessante o seu trabalho, muito previsível, muito colado com o que já fizeram na saga Taken, o filme acaba por neste aspecto não ter qualquer elemento diferenciador para um realizador que anteriormente tinha criado uma expectativa positiva à sua volta.
O filme tem alguma inteligência na escolha dos atores, Elba está em boa forma e com um bom conceito comercial, funcionando bem como herói de ação, e Madden é um produto da famosa Guerra dos Tronos. Contudo se o primeiro já demonstrou atributos de um ator completo, aqui o filme nada lhe pede do que carisma e disponibilidade física o que é fácil para ele, mesmo sendo óbvio que se trata de uma das personagens mais desinteressantes que lhe foi dada. Madden não parece ter tantos recursos para alem de principal em filmes pouco exigentes.

O melhor - A forma como o argumento nos dá uma nova versão do terrorismo.

O pior - O filme ser sempre demasiado previsível e estereotipado
na sua concretização.


Avaliação - C

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