Depois de no ano passado as luzes do cinema terem todas ido para Elvis de Bazz Lurhman com a relação abusiva do agente para o seu cantor, eis que um ano depois o famoso artista volta a estar no epicentro de um filme, com contornos diferentes, desta vez de forma a tentar detalhar a relação que foi mantendo com a sua esposa de sempre. Sob a batuta da sempre intimista Sofia Copolla, o filme estreou em Veneza com criticas muito positivas, sendo que comercialmente os resultados foram razoáveis, tendo em conta o tipo de filme em questão.
Sofia Copolla não é uma realizadora de muitas palavras, preferindo filmar o conforto e o desconforto das personagens uns com os outros, aqui temos um filme com ritmo muito pausado, sem grande intriga que tem como principal objetivo caracterizar aquilo que foi a relação mantida por Elvis no auge do seu sucesso com a sua namorada e depois mulher, bem mais nova do que ele. O filme não tem ritmo mas se calhar isso e o objetivo para analisar uma relação de conforto e controlo, é um filme pensado para ser polemico embora o seu lume brando não permita que o seja na plenitude.
Este e o cinema de muitos dos realizadores de hoje em dia, vejo muito neste filme o Larrin faz nos seus biopic em que segue personagens silenciosas no desconforto da situação. Obvio que todos esperavamos mais informação, mais das personagens, mas isso Copolla nunca pensou fazer. O resultado é um filme muito pausado que rapidamente percebemos qual e o seu objetivo, tendo duvida das escolhas efetuadas para representar os famosos personagens.
Por tudo isto Priscilla e um filme pensado para a critica mais que para o grande publico, é um filme essencialmente concetual, mas que parece contar a historia de um casal com diferença de idades que por acaso um deles e um dos maiores icons da musica mundial da historia. Fica a sensação que o filme tem um Elvis idealizado pela realizadora para os propositos do filme, mesmo que a produçao esteja na figura central do filme.
A historia fala da relação de Priscilla com Elvis, da forma como se conheceram, como a relação cresceu e como foi sobrevivendo ao sucesso do astro. O filme fala da desilusão e de um desiquilibrio claro na relação e na forma como isso de sente na personagem central.
O argumento e pouco profundo, não temos propriamente muitas palavras, as quais são usadas apenas para vincar os pontos que o filme quer vincar. A forma como o filme quer dar a outra face da moeada e interessante, mas falta ritmo a uma vida que teria com toda a garantia esta particularidade.
No que diz respeito a realização, temos o trabalho tipico de Coppola, na forma intima como filme relações e personagens de perto. Fica a ideia que as escolhas para protagonistas são polemicas, mas a assinatura está la, embora todos consigamos facilmente dizer que a carreira de Coppola nunca foi o que se esperou que fosse.
No cast temos duas escolhas arriscadas que tem na minha opinião resultados diferentes. Se por um lado Cailee Spaeny consegue dar a suavidade e inocencia que o filme necessita, embora numa personagem algo artificial, a escolha de Elordi já me parece menos funcional, quer pela altura exagerada, quer pela monocordia de todos os elementos, fica a sensação de um Elvis "low cost", embora a critica tenha gostado da construção.
O melhor - O mundo visto de outro prisma.
O pior - A artura de Elordi, que o retira da personagem.
Avaliação - C
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