Wednesday, January 11, 2023

Bones and All

 O provérbio em equipa que ganha não se mexe é muito usual ser repetida em formulas de cinema. Em 2022 Guadagnino e Chalamet reuniram-se para mais uma historia de amor, so que de uma aventura homossexual de verão, temos um amor em road trip de canibais. Em termos criticos as avaliações embora distantes do sucesso brutal que foi a anterior colaboração foram competentes embora sem a força para lançar o filme para altos voos. Do ponto de vista comercial o realizador italiano não e propriamente talhado para grandes explosoes comerciais sendo o resultado consistente e nada mais.

Sobre o filme podemos dizer que a historia de amor está lá, é convincente na eloquencia e singularidade das personagens e do contexto, e acompanhado por uma boa banda sonora e interessantes secundarios, mas que tudo e demasiado freak para resultar no lado emocional e impactante. Talvez seja esta mistura de emoçoes que Luca queria para o filme mas o resultado é demasiado ambiguo para ser de impacto imediato.

Não obstante disso o filme é esteticamente forte, é violento, é carnal, e isso faz com que os atores tenham espaço para brilhar, principalmente os secundarios. COnseguimos criar empatia com o casal, mesmo numa especificidade que não é propriamente a mais exuberante para o desenvolvimento de uma historia de amor. No final fica a sensação que o filme não consegue superar o peso do canibalismo, embora ficasse com a sensação que isso pudesse acontecer.

Ou seja um particular e diferente filme, bem realizador, que tem uma abordagem diferente que tenta ser original no impacto, mas cujo resultado é algo dicotómico tendo dificuldades em conciliar o lado mais bonito de uma historia de amor que é a unica esperança dos personagens com o lado completamente animalesco do canibalismo. LGuadagnino gosta de arriscar mas talvez tenha ido neste caso algo longe demais.

A historia fala de uma jovem que é abandonada pelo pai, o qual não consegue viver com o peso da sua filha ser canibal, o que a leva a um percurso pelo mundo a procura da progenitora e que a leva ao contacto com outras pessoas com o mesmo problema.

O argumento e arriscado, unindo temas que aparentemente tem muitas dificuldades em ser interligados. O filme tem bons diálogos de amor mas no final é tudo muito peculiar, principalmente porque parece totalmente impossível associar dois temas como estes e fazer que estes encaixem em algo coeso

Na realização Guadgnino é alguém que sabe tirar o melhor dos filmes com relações intensas e esta e sem sombra de duvidas a mais intensa de todas. O filme é bonito, tem impacto mas os temas também visualmente não encaixam, ainda para mais com a opção de carne viva que ele adota.

O filme tem bons atores mais são os secundários aqueles que melhor funcionam, principalmente a intensidade de Rylance, num excelente momento de forma. Ao seu lado temos um Chalamet que sabe interpretar a descontração que o realizador gosta e uma Taylor Russel a procura de um protagonismo que já lhe foi prespetivado sem nunca ser concretizado.


O melhor - Rylance

O pior - Os temas não conjugam.


Avaliação - B-



 

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