Sunday, January 08, 2023

Amsterdam

 Depois de um interregno de muitos anos depois de algum falhanço naquilo que foi o resultado comercial e critico de Joy, mas essencialmente depois de algumas polémicas associadas ao seu temperamento, David O. Russell regressou com aquele que talvez exibe o maior cast que existe memória num filme que tinha tudo para alimentar a expetativa de todos os fas de cinema. Logo nas primeiras exibições percebeu-se que as coisas não iam correr bem, a critica afastou-se do filme considerando-o demasiado confuso para o resultado final, e do ponto de vista comercial, nem um cast de primeira linha capturou o filme de um falhanço rotundo a todos os niveis ao qual não pode estar dissociado a pessima fama do realizador nas elites de hollywood.

O mundo do cinema altera rapidamente, e se há cerca de dez anos parecia que David O Russel tinha o toque de midas, em que tudo o que tocava se tornava imediatamente oscarizavel, a sua fama,  e acima de tudo o egocentrismo das suas abordagens acabou por conduzir a um rotundo falhanço em Joy e agora em Amsterdam. O problema esta na cabeça do criador do filme pela forma como dá uma volta rebuscada para tentar tornar o filme de uma dimensão que o mesmo nunca acaba por ser, sendo apenas um curto filme de espionagem cujas repercurssões seguintes são simples deduções, mas que nada fazem crescer um filme no minimo estranho.

Sentimos ao longo das mais de duas horas de duração que é nos pequenos apontamentos que o filme vai sobrevivendo e resgatando uma historia central sofrivel. E nas eloquências da personagem feminina, nos tiques de Burt, em alguns secundários que fornecem elementos comicos como os de Rock e Nivola, mas pouco mais, o filme tenta ser uma confusão organizada que nunca acaba por conseguir. O filme tem muitas parecenças com American Hustle com a diferença que o resultado final enquanto bloco e claramente insuficiente.

Parece-me também que não e caso para dizer que estamos perante um filme pessimo, ou mesmo fraco, pelo contrário, o filme provoca duas horas de boa realização, boa interpretação, sendo o guião e mesmo a confusa organização das imagens que torna o filme mediano. O problema e que com tanta materia prima o mediano não pode ser aceitavel.

O filme fala de três amigos que partem na investigação da morte de um ex-soldado conceituado, que poderá ter por trás um plano muito maior e que visa um dominio do globo, numa relação de três amigos ao longo de muitos anos.

E no argumento que o filme tem as suas maiores dificuldades e engraçado não ser no detalhe onde mais uma vez O Russell consegue exprimir as suas virtudes em dialogos, apontamentos e detalhes, mas no epicentro narrativo. Fica a ideia que O Russel pensou claramente que estava a escrever uma historia com maior impacto do que realmente acaba por suceder.

Na realizaçao O Russem tem risco, tem detalhe, e nisso temos de o valorizar. Não é propriamente um prodigo da estetica, mas sabe o que quer dos seus filmes, mesmo que como neste fique plasmado um ego exagerado narrativo mas que lhe da a roupagem correta nas imagens. A sua impopularidade fora do trabalho não o ajudou.

No cast, temos talvez o melhor conjunto de atores num filme que temos memoria, juntamente com Dont Look Back do ano passado. Fica a ideia que é desiquilibrado no trio de protagonistas, Bale principalmente mas também Robbie estão num nivel claramente superior a Washington Jr e isso faz com que as personagens tenham um brilho diferente. Nos secundarios os melhores momentos de Rock, igual a si proprio e um surpreendente Nivola são os detalhes maiores de um cast bem maior que o resultado.


O melhor - Os detalhes e apontamentos de algumas personagens e um bom elenco.

O pior . Ficar com a sensação que O Russel pensava que ia dar muito mais do que efetivamente resultou


Avaliação - C+



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