Thursday, September 06, 2018

Hereditary

Esta ano em pleno verão existiu um pequeno filme de terror que chamou a si a atenção pelos excelentes resultados criticos, um dos mais notaveis no genero nos ultimos anos. Este filme sobre demonios e alucionações surpreendeu ao obter algumas das melhores criticas do ano, num terreno que nos ultimos anos tem recuperado algum reconhecimento. Em termos comerciais sendo um filme inicialmente de segunda linha, o sucesso critico acabou por catapultar o filme para um exito comercial relativo.
Sobre o filme confesso que quando observei a duraçao do filme pensei que teria um filme exagerado no extender do argumento, devido à longa duração, e no inicio o filme parece algo lento, enquanto nos vai dando as personagens e o background da mesma, tem uma forma particular de captar imagens mas a primeira meia hora do filme e demasiado parada e para um filme de terror parece-me que o inicio teria de ter ou mais movimento, ou mais informação.
Com a introduçao do climax central do filme o filme passa por diversos momentos e diversos generos com sucesso relativo, numa fase inicial pela tensao psicologica causada pelas sequelas de um acontecimento trágico e aqui o filme tem uma tensao psicologica silenciosa interessante, funcionando mais no lado estetico e na forma como vai fazendo crescer as personagens e as interpretações, até conduzir o filme para um final esteticamente epico em termos de terror, proximo de alguns dos filmes mais miticos do genero como Shinning, mesmo que em termos de argumento toda a explicação seja demasiado mitologica e confusa, funcionado o filme sempre melhor na realizaçao e interpretação do que no argumento.
Mesmo assim em termos de terror este é um filme marcante, esteticamente muito bem pensado mas acima de tudo potenciado por interpretaçoes fisicamente muito interessantes e que nos ultimos tempos tem conduzido à colocação do mapa de papeis em filmes de terror nas corridas aos premios.
A historia fala de uma familia no periodo de luto apos a morte de uma avó e que aos poucos começa a perceber a existencia de comportamentos estranhos em alguns elementos que vai ser ainda mais potenciado por outro acontecimento trágico.
Em termos de argumento parece-me que a historia é demasiado complexa e demasiado mitologica para tudo ser entendido. No final percebe-se parcialmente aquilo que o filme quer de si próprio, mas acaba por ser obviamente a todos os niveis o parente mais pobre do filme.
Na realização Ari Aster tem um trabalho muito interessante, numa forma de realizar ampla de imagens fortes a todos os niveis e que consegue potenciar tambem na estetica do filme e das interpretações. Para um primeiro filme mais visivel podemos dizer que temos realizador para o futuro.
Em termos de cast, o filme e dominado por duas interpretações de primeira linha Colette e brilhante numa personagem complexa, dificil, exigente, a atriz eleva a sua prestação para um nivel elevadissimo e que devera ser tida em conta em termos da temporada de premios, ainda para mais em alguem que tem sido consistente ao longo dos anos. Outra das grandes surpresas e Alex Wolf a prestação expressiva do jovem actor e impressionante e merece um sublinhado claro de um jovem que até ao momento colecionava filmes juvenis e que aqui tem uma das interpretações mais intensas do ano.

O melhor - As interpretações muito potenciadas também pela realizaçao

O pior - Um argumento algo confuso

Avaliação - B-

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