Monday, January 29, 2018

Last Flag Flying

Roberrt Linklater é um realizador singular, quer pelos projetos com caracteristicas unicas, quer por acima de tudo centrar os seus filmes em dialogos entre personagens comuns que rapidamente o deixam de o ser. Este ano tentou perceber as ligações passadas de guerra e a forma como as mesmas ficam cimentadas no seu reencontro. Em termos criticos pese embora a generalidade das boas avaliações as mesmas acabaram por ser insuficientes para potenciar o filme em termos de premios. Comercialmente e fruto desta falta de capacidade para ombrear nos premios o filme acabou por passar algo despercebido.
Sobre o filme, eu confesso que gosto da forma de Linklater dotar os seus filmes de palavras, e neste caso parece-me que a ideia do reencontro poderia ser otima para fazer funcionar um projeto como este, mas rapidamente se percebe que neste caso os dialogos são insuficientes para segurar um filme demasiado longo, e por outro lado as personagens são demasiado esteriotipadas para fazer funcionar a ideia do lugar comum.
Por tudo isto e mesmo tendo alguns pontos de argumento bem trabalhados, como as questões religiosas, ou naquilo que é o desenvolvimento das pessoas com o tempo, parece-me muito curto para um filme com mais de duas horas e com bons interpretes. Fica a ideia que mesmo no peso dos acontecimentos o filme não se consegue por vezes levar a serio, sendo pouco mais do que um ou outro ponto num contexto que poderia ser diverso.
Fica a ideia que o filme poderia ir mais longe, que o tema do pos guerra, e o seu cimentar no tempo deveria dar para mais principalmente nas conversas sobre o passado, e menos sobre as circunstancias. linklater e fiel ao seu tipo de filme mas aqui parece-me obvio que as coisas não correm particularmente bem.
A historia fala de tres ex companheiros de guerra que se reunem numa viagem com o objetivo de trazer o filho de um deles, morto em cenario de guerra para a sua terra natal, sendo que ai vão se recordar historias mesmo apos um afastamento de anos.
Em termos de argumento parece-me que a circunstancia de encontro de personagens é bem potenciado, sendo que o filme falha no peso dos dialogos em si. Não que estes não consigam em momentos ser interessantes porque o são, mas parecem insuficientes para sustentar um filme, algo que linklater fez também noutros projetos.
A sua realizaçao neste caso e simplista, mesmo nas escolhas de banda sonora, o filme acaba por ser um projeto de procedimentos base, sem grande risco. Parece-me sempre que com uma ou outra excepção mais exprimentalista Linklater e um realizador de argumentos.
No cast temos bons desempenhos, Carrel acaba por ser o lado introspetivo do filme, que nos da um registo diferente de um actor francamente em boa forma. Fishburn encarna bem o lado mais serio do filme, mas parece-me Cranston o coração do filme, num registo interessante que noutro contexto poderia ter mais atençao.

O melhor - O cast

O pior - A duração

Avaliação - C+

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