Sunday, January 15, 2017

Nocturnal Animals

Sete anos depois da sua estreia como realizador e argumentista, o estilista Tom Ford, que tão bem se saiu no seu filme de estreia que chegou as nomeações para os oscares, traz aqui o seu segundo filme. Apresentado em Cannes os resultados criticos foram interessantes, tem estado na disputa embora nos pareça que em termos de filme e realização não vai ter tarefa facil conseguir a nomeação. Comercialmente para um filme pouco expandido, os resultados foram brilhantes.
Sobre o filme eu confesso que não fui particularmente fã do primeiro filme de Tom Ford, principalmente em termos narrativos, já que visualmente o seu sentido estetico é incrivel, e novamente neste filme mais terreo, mais comum volta a ter um cuidado total com todo o aprumo estetico, mas ao qual junta um argumento de primeira linha, intenso, com um paralelismo e alterações temporais no ponto, e que tem no seu climax a cereja no topo do bolo, já que por diversas vezes pensamos aonda os filme nos leva, pois bem ele leva-nos para o lado mais intimo dos seres humanos com uma mestria só ao alcance de poucos,
Muitos podem dizer e bem que o filme tem diversas possibilidades e que nem sempre é equilibrado entre segmento dando pouca atenção aquilo que é o filme é na verdade na sua narrativa central, aquela que menos tempo de antena tem no filma, mas é precisamente essa decisão, que permite por um lado levar os interpretes para grandes niveis de interpretação e por outro lado consegue o impacto final que o filme quer ter.
Por isso, mesmo sendo à semelhança de Manchester By the Sea, um filme com uma alcance limitado é daqueles que mais uma vez denota que bons livros com bons principios podem dar bons filmes. Este é interessante já que quer a nivel tecnico mas acima de tudo ao nivel do seu real significado e impulsos é daqueles filmes que ficam pela sua intensidade mais do que pelo significado.
A historia fala de uma mulher que recebe em sua casa o livro do seu ex marido, que lhe é dedicado, e que controversa no seu casamento começa a sonhar com o conteúdo do livro e ver o mesmo em imagens claras.
O argumento é brilhante a forma como diferentes historias em realidades paralelas se conjugam para o efeito final é algo que so esta ao alcance de um argumento de primeira linha, pensado do primeiro ao ultimo minuto. E um filme que sabe perfeitamente para onde quer levar o espetador, muito por culpa de personagens de primeira linha.
Tambem em termos de realização, sendo um trabalho mais simples e menos visual do que o seu filme de inicio, Tom Ford tem uma capacidade estetica de planear cada sequencia e cada posição que denota ter a principal virtude para um bom realizador, saber o que quer das imagens. Vamos ver o seu futuro na setima arte, até agora não podia pedir mais.
No cast, é um filme exigente para os seus protagonistas com personagens complexas. Se a Adams ate calhou o papel mais facil do filme, que cumpre com simplicidade Gyllenhall claramente com mais trabalho penso não ter um papel irrepreensivel, contrastando bons momentos ao nivel que nos habituou com algum exagero no sofrimento que por exemplo quando comparado com Casey em Manchester By The Sea, acaba por soar pior. Mas é nos secundarios que o filme tem os melhores papeis, quer Shannon com a intensidade habitual, e um surpreendente Taylor Johnsson com a passagem para outro nivel de interpreta, e que poderá ser o actor que mais ganha com o filme, como já se comprovou pelo até aqui, na minha opinião merecida destinção como melhor secundario.

O melhor – A capacidade de ser um filme tão distante e tão subtil na forma como nos deixa no final sem palavras.

O pior – A subtileza em ligeiros minutos confunde-nos para onde vamos


Avaliação - B+

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