Sunday, January 22, 2017

Hidden Figures

Existe um filme que poucos tiveram realmente atentos durante a produção mas acabou por ser uma presença constante nos premios até ao momento entregues pese embora não seja um candidato dos mais fortes. Este filme que conta um acontecimento real e mais uma vez com a questão racial à mistura conseguiu todos os elementos para estar na corrida muito por culpa de uma boa receçao critica e mais que isso pela capacidade de ter surpreendido de uma forma positiva em termos comerciais o que pode ser o cocktail que permita o filme estar nos finalistas da corrida aos oscares.
Sobre o filme e analisando a historias veridias que ate ao momento foram sendo lançadas parece-me que de todas esta não só é aquela que tem mais significado como mais que isso é aquela que melhor é adaptada em termos de cinema com um estilo próprio e ligeiro mesmo assumindo temas tão relevantes como a segregação racial num passado aina não muito longinquo. E nisso o filme é ao mesmo tempo emocionalmente ternurento como nunca deixa de ser rigoroso naquilo que está a tratar, nada mais nada menos do que calculos matematicos.
Dai é facil gostar a todos os niveis deste filme, principalmente porque tenta ser um filme positivo na forma como as personagens lidam com a injustiça das leis. Não se torna um filme pesado mas um filme que prefere sublinhar os ganhos do que propriamente o sofrimento e assim o filme ganha um outro teor e uma outra cor que em parametros globais o diferencia de outros filmes sobre o racismo e sobre as regras passadas, que podem neste momento parecer algo atuais.
O unico problema do filme é algum aproveitamente, algo que diversos estudios fizeram em termos globais das polemicas raciais do ano passado nos premios. Fora inumeros os filmes que quiseram tocar neste assunto e este é mais um deles, o que para vincarem posiçao acabam por fazer generalizações abusivas em alguns momentos como tratar todas as pessoas num gabinete como iguais e tratar quem sabe de uma forma pouco trabalhada a adaptação das personagens que mudam de posiçao se um minuto para o outro o que poderá fazer com que o filme em alguns aspetos narrativos nem sempre seja muito bem trabalhado.
A historia fala de um grupo de mulheres de cor, que trabalham para a nasa de forma a perceberem as dinamicas e calculos previos a utilização do computador, tendo que lidar com um sistema que as trata de forma diferente quer por serem mulheres mas acima de tudo por serem de cor.
Narrativamente gosto da toada do filme, de resto é um filme que junta a emoçao do lado das personagens, sempre de um ponto de vista positivo, com a razão das partes mais tecnicas, o que requereu algum estudo. Parece-me menos trabalhado na evolução das personagens que parecem por vezes mudar demasiado rapido para se ajustar ao filme, o que lhe tira algum realismo.
Eu confesso que adorei St Vincent de Melfi dai que tinha alguma curiosidade no seu filme seguinte, e o certo é que num genero algo diferente, claramente mais drama o resultado é positivo. Não pelos truques de camara ou uma assinatura muito pessoal, mas mais que isso pela forma como ele consegue que as imagens pautem o registo que quer dar ao filme.
No cast o filme tem intepretações interessantes, Henson domina o filme com a personagem mais forte, bem construida, nem sempre fácil, que exige recursos e carisma que atriz demonstra ter. Pese embora tenha estado fora da corrida parece-me que merecia mais atenção nos premios este interpretação, sempre bem auxiliada pelas competentes Spencer e Monae. Ainda registo para um bom papel de Costner um dos melhores do actor nos ultimos anos.

O melhor – A historia de base e o que ela significa

O pior – Algumas personagens são volateis sem base


Avaliação - B

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