Se existe algo que é
indiscutivel no cinema é que Richard Linklater é um dos maiores
cineastas do cinema moderno, nem tanto pelos agradaveis produtos
finais dos seus filmes, mas principalmente pelo processo da sua
produçao e sua realizaçao, fazendo com que os filmes sejam mais do
que as imagens mas experiencias. Este ano surge uma dissertação
sobre a loucura da entrada da universidade com este filme, que pega
precisamente onde Boyhood acabou com outras personagens o resultado
critico foi positivo embora menos entusiasmante do que o seu filme
anterior, em termos comercias os seus filmes tem um valor limitado,
dai que apenas podemos dizer que cumpriu os minimos.
Sobre o filme, podemos
dizer que Linklater tem uma forma de abordar os seus filmes, pelo
menos a maoria deles diferente da maior parte dos outros
realizadores, nos filmes são sobre personagens e momentos, não
temos uma linhagem narrativa, um climax, um conflito nada, ele tenta
retratar o dia a dia ou os momentos das pessoas de uma forma natural
com conversas naturais e isso e que faz do seu cinema interessante, a
forma como consegue construir personagens tao interessantes que nos
diga que aquele momento dela e especial, e o filme consegue isso, que
o grupo tenha impacto junto mas que tambem individualmente o filme
tenha esse interesse com um naipe interessante de personagens muito
bem montadas.
Depois temos talvez o
melhor filme de adolescentes do ultimo ano, o filme e mesmo isso,
festa e euforia de um grupo de pessoas diferentes, claro que temos um
autentico exagero, mas e um filme em que as personagens valem por si,
ou seja os detalhes de cada um nos momentos do filme, fazem-no ser ao
mesmo tempo engraçado como carismatico e nisso, Linklater sabre
tirar das palavras e das situações o melhor que se pode tirar deste
objeto.
O lado negativo a meu
ver prende-se com a personagem central, debruçando-se um filme numa
personagem especifica essa não pode perder todas as cenas para os
secundarios, e ai penso que a culpa é desde logo na construçao
menos conseguida da personagem em si e da sua caracterizaçao mas
tambem a meu ver da forma como a interpretaçao acaba por não dar
carisma a personagem, e aqui o filme perde alguma força.
A historia segue uma
equipa universitaria de basebol, sob o ponto de vista de um caloiro
que é integrado naquela comunidade e no fim de semana de festas que
antecede o primeiro dia de aulas, e da mudança brutal na rotina
daquela pessoa.
Em termos de argumento,
o filme funciona, numa abordagem narrativa sem que nada aconteça,
temos um filme rico em dialogos com muitas personagens todas elas
diferentes e que dao força ao filme, sendo o unico senão o pouco
aproveitamento da personagem central, claramente pior que todas as
outras.
Em termos de realizaçao
o trabalho de Linklater e dificil porque tem que criar e satirizar
com o mundo dos anos 80 e fá-lo ao limite com algum exagero que
acaba por ser pensado como forma de humor, e nisso o filme funciona
pois coloca-nos a olhar para o guarda roupa, decoraçao das festas e
banda sonora.
Sem recorrer a qualquer
figura conhecida, pelo menos muito conhecida o cast funciona
perfeitamente com optimas interpretaçoes da maioria dos escolhidos,
com excepção para Blake Jenner e a ele que Linklater da o papel
principal, mas quer pela construçao da personagem mas tambem por uma
maior rigidez interpretativa do actor e falta de carisma o filme
parece ser muito mais interessante quando esse protagonismo não é
assumido, num filme que tinha tudo para dar à luz uma nova estrela.
O melhor – A forma
como Linklater faz bons filmes de coisas simples.
O pior -Blake Jenner e
o seu Jake
Avaliação - B+
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