Friday, January 04, 2013

This is 40


Se existe um autor que nos últimos dez anos conseguiu um reconhecimento próprio no mundo da comedia de costumes foi Judd Apptow, principalmente por conjugar um principio de atualidade nos seus filmes e conjugar isso com as relações em diferentes fases e diferentes contextos. Este ano volta para um filme que pega em duas das personagens secundarias do seu maior sucesso, para as mostrar um pouco mais alem. O resultado contudo foi um pouco distante do primeiro filme quer criticamente onde a reação não foi tão entusiasta mas acima de tudo comercial onde os resultados foram medianos, talvez pela época do ano onde foi lançado no meio de filmes de grande estúdio o filme ficou um pouco silencioso e pouco tempo de antena lhe foi devidamente dado.
Depois de ver o filme consegui entender qual seria o objectivo do realizador em lançar uma comedia do seu género numa época tão alta e por vezes onde os patamares críticos estão tao elevados na escolha para os galardões. O objectivo de Apptow era dar-nos o seu filme mais adulto e complexo como que se de uma analise dos casais moderos se tratasse e da forma com que os quarenta anos são vistos numa dinâmica de casal. Os objectivos podia ser os prémios, algo que dificilmente vai conseguir, contudo na minha opinião eu que nunca fui grande entusiasta de nenhum filme do realizador penso que temos aqui a sua melhor obra, a mais engraçada e mais empírica e a mais completa, distante dos prémios talvez mas para quem quase os conseguiu com muito menos era legitimo pensar que podia conseguir com a sua melhor obra.
Analisando este filme parece-me claramente um melhor filme em que Apptow teve intervenção, ele que nos últimos anos colecionou sucessos comerciais e críticos. Provavelmente estarei contra a maioria, mas o facto de nos trazer um filme mais suave, menos peculiar torna o filme mais intenso mais coeso e com mais mensagem, e isso sustenta-se particularmente na riqueza dos guiões a forma com que consegue colocar aspectos actuais curiosos nos mesmos.
Ou seja na minha opinião não será este filme a surpresa mas sim os anteriores e tão bem valorizados é que me deixaram um pouco desolado e defraudado, aqui o contrario aconteceu, um filme que pensei como aborrecido mostrou-se dinâmico bem escrito e construído com pouco exagero pese embora ele aparecesse por vezes e com a capacidade de mais no pormenor do que no obvio de ser engraçado sem ser um filme para a gargalhada pegada.
A historia fala de Debbie e Pete duas personagens secundarias de knocked Up que aqui se encontram casados e a passar pela crise dos 40, quer em termos profissionais, pessoais e familiares, sendo o filme a tentativa de resolução de conflitos.
Confirmo que nunca fui grande adepto da forma de escrita de Apptow penso que ele sempre valoriza mais o acessório do que o central e por vezes exagera cai no exagero situacional que torna as comedias algo absurdas, contudo neste filme consegue controlar esse ímpeto e o filme sai bem melhor sai próximo, interessante bem escrito permite as personagens se desenvolvem sem entrar na caricatura e isso funciona bem como os pequenos adereços conjecturais e acessórios que dão ao filme outro condimento.
A realização e simples Apptow nas camaras nunca registou grande registo de autor, muito primor estético é básico e nenhum filme principalmente comedia pede mais do que isso, funciona não coloca em causa os objetivos por isso podemos dizer é uma realização mais que bem feita, funcional.
Em termos de cast a escolha natural em actores da confiança de Rudd, a sua esposa Mann funciona, tem a suavidade e conjuga bem experiencia e juventude em comedias românticas, consegue ser serena e explosiva, e parece-nos que é uma mais valia neste tipo de filmes, Rudd também funciona principalmente quando não cai nos tiques irritantes que tanto gosta de dar as suas personagens e que faz com que sejam repetitivas e cansem, mais uma vez é demasiado igual a tudo o resto, penso que se controlasse essa vertente seria um actor bem mais capaz do que a carreira limitada e demasiado igual que tem. Mas o ponto principal do filme são os bons aspectos secundários principalmente de Brooks, a segunda boa aparição em dois anos, e Mccarthy um cameo de grande nível a continuar a demonstrar o que já fez o ano passado em Bridmaids e quase lhe dava um oscar da academia.

O melhor – A actualidade de uma historia de amor mesmo conjecturada aos nossos dias.

O pior – Os tiques irritantes de Paul Rudd

Avaliação - B

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